Unidade de Beneficiamento de Caranguejo vai potencializar coleta de mariscos em Araioses
Em parceria com pesquisadores da Ufma, governo do Estado está mapeando as famílias que vivem da coleta na região
Em abril deste ano, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social (Sedes), deu início à construção da Unidade de Beneficiamento de Caranguejo, no Povoado de Carnaubeiras, em Araioses. O espaço tem o objetivo de aumentar a produtividade da prática de mariscagem na região, a fim de gerar mais renda para as famílias que vivem da coleta de caranguejo e ostra, além de gerar também economia para o Estado.
De acordo com o secretário da Sedes, Paulo Casé Fernandes, Araioses já é um polo da atividade extrativista de mariscos, contudo, é preciso centralizar essa atividade. “Hoje, grande parte do caranguejo e da ostra coletados no município seguem para outros estados, como Piauí e Ceará, onde dão origem a diversas linhas de produtos. Isso ocorre, porque não há suporte tecnológico que permita às famílias da região protagonizarem de forma mais efetiva todo esse processo”, explicou o secretário.
Ainda de acordo com Paulo Casé, a ausência dessa tecnologia impossibilita os catadores de aproveitarem o potencial rentável dessa atividade. “A Unidade de Beneficiamento de Caranguejo vem exatamente para sanar essa problemática. O espaço será todo equipado, com máquinas e materiais de consumo, para que as próprias famílias de catadores possam produzir, de forma sustentável, a polpa e a patola de caranguejo, a carne pré-cozida ou congelada da ostra, entre outros produtos derivados”, completou.
Ainda que a iniciativa seja nova, a preocupação em potencializar essa cadeia produtiva da região é antiga. “A rentabilidade dessa atividade já é uma preocupação do nosso governador Carlos Brandão desde quando era deputado federal. Assim que tomou posse em abril, ele nos engajou a contribuir no desenvolvimento econômico e social da região de Carnaubeiras”, enfatizou Paulo Casé Fernandes.
Com um equipamento que permita às famílias de Carnaubeiras aliarem suas tradições com técnicas e metodologias de produção, o governo do Estado pretende aumentar a participação delas em todo o processo, expandido a atividade já desenvolvida por elas, a fim de gerar melhores condições econômicas, sociais e de trabalho para essa população. Assim, a Unidade de Beneficiamento também passa a contribuir para a erradicação da pobreza e das desigualdades sociais no interior do estado.
A previsão é de que a Unidade seja inaugurada no primeiro semestre de 2023. O espaço contará com cinco linhas de produção, como patolas, quela, polpa e outros, podendo produzir até 64 toneladas por dia. A fábrica será administrada por uma cooperativa ou associação de pescadores selecionada por meio de edital. Já a Sedes ficará encarregada de fiscalizar a operacionalização do espaço.
FASE DE MAPEAMENTO
De acordo com a Sedes, concomitante à construção da Unidade, já foi iniciado o processo de mapeamento das famílias do povoado de Carnaubeiras que vivem do extrativismo de mariscos. A etapa está sendo realizada em parceria com pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), composta por doutores, mestres e alunos que irão se dedicar durante alguns meses a acompanhar essas famílias com o propósito de capacitá-las para gerirem a Unidade de Beneficiamento de Caranguejo.
O doutor em Recursos Pesqueiros e Agricultura e professor da Ufma, Danilo Lopes, explica que a parceria, além de contribuir para melhoria dos índices socioeconômicos da região, também irá garantir sustentabilidade. “A Ufma vem para auxiliar a Sedes na capacitação dos pescadores, desde a parte que envolve a bioecologia da espécie, para que se tenha uma pesca sustentável, até o produto final que vai chegar na mão do consumidor”, afirmou o professor.
Para o engenheiro de pesca Paulo Alves, que também integra a equipe de pesquisadores, a parceria vai impactar ainda na qualidade de vida dos catadores. “Com o suporte tanto do governo do Estado como da Ufma, nós podemos ainda aumentar os índices de qualidade de vida para essa comunidade, pois ela terá um espaço que irá centralizar todas as etapas de produção da principal fonte de renda deles”, destacou o engenheiro.
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