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José Reinaldo diz que não pediu para Sarney apoiar Flávio Dino

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Logo depois de divulgado neste blog, o artigo do ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB), em que propôs união com o ex-senador José Sarney em favor do Maranhão, ganhou grande repercussão no meio político e na imprensa (reveja aqui). Muitos foram os comentários sobre o posicionamento de Reinaldo. Alguns chegaram a afirmar que o ex-governador estaria acenando para uma reconciliação com Sarney.

Para não restar dúvidas sobre o que sugeriu, um Pacto pelo Maranhão, José Reinaldo enviou a este blog uma carta explicando sua proposta de entendimento com José Sarney tendo o estado, segundo ele, como causa maior. Zé endossou o que já tinha dito e enfatizou que o pacto é imprescindível para o bem da população maranhense.

“Defendo este entendimento em favor do Estado, por alguns fatores que são visíveis não apenas para mim, mas para todos que queiram fazer uma leitura clara, racional e sem emoção. O Sarney e seu partido, que comanda o congresso, estão cada vez mais fortes”, afirma Zé Reinaldo.

O deputado federal diz ainda que não convidou Sarney para participar do governo Flávio Dino, mas que apenas pediu o seu apoio  “em torno de projetos estruturantes e importantíssimos para o nosso crescimento”.

“Não teria cabimento eu convidar o ex-presidente Sarney para apoiar o governo de Flávio. Aliás, seria também um desrespeito ao próprio governador que nunca me autorizou a fazer isso”, declara Reinaldo.

Abaixo, a íntegra da carta enviada ao blog por José Reinaldo.

Caro John, sabia dos riscos que corria de ser mau interpretado. Embora tenha me esmerado em expor as ideias de maneira mais clara possível, sabia que isso poderia ocorrer, mas fiquei feliz porque uma quantidade muito maior de leitores entendeu e parabenizou-me pelo que propus. E fui muito claro, pois não teria cabimento eu convidar o ex-presidente para apoiar o governo de Flávio. Aliás, seria também um desrespeito ao próprio governador que nunca me autorizou a fazer isso.

Mas vou aproveitar essa oportunidade para mostrar porque eu considerei absolutamente necessário fazer esse artigo. Eu exerço o meu mandato no Congresso Nacional e tenho ali muitas amizades de valor, homens experientes na política brasileira e bem informados. Sabemos todos ali que a crise que o país passa é muito maior e duradoura do que parece. E a econômica é mais assustadora ainda. Flávio Dino, por quem tenho o maior apreço, respeito e amizade está fazendo um grande governo, sério e idealista e está no rumo certo. Mas pelas condições do Maranhão, pela necessidade do nosso povo e se quisermos acelerar o processo de desenvolvimento social e econômico do Estado, teremos que fazer um consenso político em torno de projetos estruturantes e importantíssimos para o nosso crescimento.

Flavio Dino é um político muito respeitado, capaz e com muito prestígio nacional, mas tenho certeza de que nesse momento, ou temos um consenso geral em torno desses projetos ou não conseguiremos alcançar os resultados que queremos. Defendo este entendimento em favor do Estado, por alguns fatores que são visíveis não apenas para mim, mas para todos que queiram fazer uma leitura clara, racional e sem emoção. O Sarney e seu partido, que comanda o congresso, estão cada vez mais fortes, sobretudo neste momento em que o governo federal está fragilizado. A Dilma está cada vez mais refém deles.

Dito isto, na minha avaliação, se todos os políticos do Maranhão se unirem em torno dessa proposta, em favor do Estado, nós teremos e demonstraremos uma força política necessária para superar este momento. Além do governador Flávio Dino e do ex-presidente, teremos todos os senadores e os 18 deputados federais unidos em favor do Estado.

Só quem desconhece e simplifica tudo pode achar esse Pacto uma bobagem. Pelo contrário, é fundamental e imprescindível para o bem da nossa gente.

Não deveria ser preciso, mas terei que lembrar alguns que não gostaram do que estou defendendo, que pela minha idade e por tudo que passei até aqui, não posso e jamais me omitirei diante da gravidade da situação política\econômica do pais. Fiz e continuo fazendo tudo o que for possível para o Maranhão dar certo.

Para terminar me lembro que quando elegemos Jackson Lago governador, ele queria ir para a disputa eleitoral direta com Roseana Sarney. Numa eleição plebiscitária. Eu não deixei. Avisando-o que daquela maneira perderíamos. Eu tinha motivos fortes para querer mais candidatos na disputa para levar a eleição para o segundo turno. Jackson não se conformava e chegou a ficar vários dias sem falar comigo. E no fogo da paixão política, esse grande brasileiro, zangado, disse a alguns políticos ” Zé Reinaldo é um agente do Sarney. Infiltrado para acabar com a oposição”.

Mas ele era um grande homem e antes do primeiro turno me procurou para dizer que pedia desculpas e que eu tinha razão.

Assim, caro amigo, não me omitirei nunca, pois já estou acostumado com os maus entendidos.

Abraços
José Reinaldo!

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