Pediatria: Crianças enfrentam doenças respiratórias durante mudança climática
Especialista da Pitágoras orienta sobre prevenção e imunização contra Covid e bronquiolite
Segundo dados do Ministério da Saúde (MS) houve um aumento de 30% dos casos de doenças respiratórias nos primeiros quatro meses de 2022, comparado ao mesmo período do ano passado. Normalmente com a mudança climática acentuam-se os quadros virais, principalmente em crianças, que possuem o sistema imunológico mais vulnerável.
Polyana Sena, especialista em pediatria e professora do curso de Medicina da Faculdade Pitágoras diz que estas alterações são comuns com a mudança das temperaturas. “O aumento de casos de bronquiolite e outras enfermidades virais é frequente neste período com a mudança climática, além da flexibilização das medidas restritivas. A bronquiolite é uma doença inflamatória que atinge o bronquíolo, uma estrutura do pulmão. Ela pode ser causada por vários vírus, mas o mais comum é o VSR, com o qual quase todas as crianças têm contato nos primeiros anos de vida, sem grandes complicações”, explicou.
Assim como boa parte das viroses, a transmissão ocorre pelo ar ou superfícies de contato, mãos ou objetos contaminados pelo vírus. Os principais sintomas são semelhantes a uma gripe, podendo apresentar tosse, congestão nasal e coriza. Os sinais iniciais podem ser confundidos com outras enfermidades, mas a bronquiolite compromete a qualidade respiratória, o que pode gerar por ser uma obstrução nasal, tendo como sintoma a dificuldade para respirar.
Não existe vacina contra o vírus que causa esta inflamação, o VSR. Neste caso, a docente dá orientações sobre como prevenir a contaminação. “Como o vírus se espalha pelo ar com facilidade, o ideal é evitar situações que expõem o bebê a grandes aglomerações, em especial nas primeiras seis semanas de vida. Além disso, sempre manter as mãos higienizadas ao tocar no bebê; os protocolos essenciais que aprendemos com a Covid”, aconselhou.
A especialista orientou “a lavagem nasal tem sido uma forte aliada na saúde respiratória durante o verão, especialmente das crianças. Fazer esse processo garante que o nariz possa cumprir com suas funções sem dificuldades, como filtrar o ar de impurezas, regular a entrada de ar nos pulmões e proteger o organismo contra bactérias e vírus. Evitando assim várias doenças respiratórias e agravamento. Hoje, recomendo como rotina na vida das crianças”.
Já contra o coronavírus, com a oferta de vacinas para proteger crianças entre 5 a 11 anos, a especialista comenta a importância de priorizar a imunização. “A vacinação de crianças contra Covid-19 no Brasil tem como objetivo impedir casos graves e mortes nesse público e novas ondas de transmissões, sobretudo pelo surgimento de variantes. Uma criança vacinada tem menos possibilidade de ter a doença grave e de vir a óbito que uma criança que não foi vacinada. Todos ainda estamos suscetíveis, mas a vacina vem demonstrando a eficácia, com a redução de mortes por Covid”, concluiu.
DIA DO MÉDICO PEDIATRA
O Dia do Pediatra é celebrado anualmente no dia 27 de julho. A data foi escolhida por ser o dia da fundação da Sociedade Brasileira de Pediatria, ocorrida em 1910. O pediatra é o médico responsável por fornecer a orientação necessária para o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes, indicando as ações adequadas para recuperar a saúde e prevenir doenças.
A formação de um pediatra exige tempo e muita dedicação. Para atuar como médico clínico, além de seis anos de graduação em medicina, o profissional precisa passar por três anos de residência em um hospital pediátrico. Já para ser cirurgião pediátrico, mais do que os anos de graduação, são necessários dois anos de residência em cirurgia geral seguidos de três anos em cirurgia pediátrica.
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