Uma grande tragédia poderia ter acontecido no último sábado em São Luís, com a chuva torrencial que caiu na cidade (a maior já ocorrida nos últimos cinco anos). No dia, a forte chuva atingiu 80% do índice pluviométrico esperado para o mês de maio.

Para agravar a situação, por pura desatenção do governo do Estado, as comportas da Barragem do Bacanga – principal acesso para a região Itaqui Bacanga e a Ufma – estavam fechadas, o que provocou o aumento do nível das águas, consequentemente o risco de desmoronamento e inundação das áreas ribeirinhas protegidas pelas comportas.

Desesperados com a possibilidade de terem suas casas invadidas, lideranças e moradores da bacia do Bacanga, juntos com o presidente da Associação de moradores do Sá Viana, Alex Alves Rodrigues foram até a barragem, por volta das 23h40 de sábado, acompanhados de uma viatura da Polícia Militar e, à força, abriram as comportas.

O que mais causou revolta dos moradores é que o funcionário do estado, responsável pelo Plano de Manejo de funcionamento da barragem, não estava presente no local.

Caso os moradores não tivessem ido à Barragem do Bacanga abrir suas comportas, pessoas dos bairros do Sá Viana, Coroadinho, Parque Pindorama e outros teriam as suas casas alagadas e poderiam morrer com a enchente das águas.

Por pouco, como dissemos, uma tragédia não ocorreu.

Construída na década de 70 pelo governo do Estado, com a finalidade de ligar o Centro da cidade à região Itaqui/Bacanga e para evitar enchentes no bairro de Fátima e áreas vizinhas, a barragem vem sofrendo com o desgaste natural do tempo e a absoluta falta de preservação.

Nesse sentido é que a barragem do Bacanga necessita de recuperação de sua estrutura, assim como das comportas e da urbanização de suas margens. O governo do estado diz ter um projeto de recuperação de obras civis e da parte mecânica da Barragem.