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Suspeito de sequestrar menina de 12 anos no RJ e levar para o MA disse em depoimento que beijou e tocou a garota

Eduardo da Silva Noronha, de 25 anos, foi solto na tarde de quinta-feira, após audiência de custódia em São Luís, no estado do Maranhão. Ele, que foi preso em flagrante na última terça-feira, é suspeito de ter sequestrado uma menina de 12 anos no Rio de Janeiro e levado a garota até a capital maranhense num carro de aplicativo. A jovem foi mantida em cárcere privado por mais de uma semana. Segundo a delegada responsável pelo caso Elen Souto, Eduardo da Silva Noronha, de 25 anos, disse em depoimento à polícia do Maranhão que beijou, acariciou e teve uma ereção, mas que não teve relações sexuais com a adolescente.

A Justiça do Maranhão, porém, determinou que ele fosse solto e seja monitorado por tornozeleira eletrônica. A menina desembarcou, no início da noite desta quinta-feira, no Aeroporto do Galeão, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, e após ir ao Instituto Médico-Legal (IML) prestou depoimento na DCAV. Ainda de acordo com a delegada, a vítima não comentou se teve algum tipo de relação com o suspeito.

— Ficou claro para mim que ela se apegou emocionalmente a ele. A menina não tem ideia da gravidade do que aconteceu. Ela resolve pedir ajuda a irmã e tenta mandar mensagem logo assim que chega no Maranhão, quando encontrou no celular dele imagens de outras mulheres. Nesse momento, ela percebe que não era única e que eles não viviam um romance. Outro ponto importante é quando ele sai para trabalhar e a deixa trancada em casa, sem televisão e sem fogão para cozinhar. Naquele momento, ela começou a entender que ele a estava mantendo como prisioneira — afirmou a delegada.

A vítima disse, em depoimento, que Eduardo teria criado uma identidade falsa para conseguir viajar com ela até o outro estado sem ser parado pela Polícia Federal. O documento diria que a menina tinha 16 anos. No entanto, a polícia não conseguiu localizar o RG na busca feita na quitinete onde a garota foi encontrada.

Diligências seguem sendo feitas para tentar localizar o paradeiro do motorista que teria levado a adolescente e o suspeito até o Maranhão. Segundo Souto, as investigações já localizaram o local de onde o carro partiu e que imagens de câmeras de segurança serão analisadas para tentar descobrir quem era o motorista contratado.

— Aqui no Rio, a investigação prossegue na tentativa de localizar o motorista. Nós temos a localização do local onde ela pegou o carro, foi em Sepetiba. A irmã vai nos passar o local exato, a ideia é buscarmos as câmeras de segurança para ver a participação desse motorista. Se é uma pessoa aqui do Rio. Se fosse uma pessoa de boa fé, bem intencionada, com essa repercussão, ele teria se apresentado a polícia ou falado com a família. Por si só, nos causa estranheza essa pessoa não ter procurado a família — diz a delegada.

Estupro de vulnerável

Eduardo vai responder pelos crimes de subtração de capaz, no Rio de Janeiro, estrupo de vulnerável e cárcere privado no Maranhão. A vítima e ele se conheceram no TikTok e trocaram mensagens durante dois anos. Segundo o delegado Marcone Matos, chefe do Departamento de Proteção à Pessoa (DPP) da Polícia Civil do Maranhão, o suspeito pagou R$ 4 mil pela viagem até o nordeste, feita de carro.

Segundo a polícia, Eduardo mantinha a menina em cárcere privado na quitinete onde ele mora. A adolescente foi resgatada por volta das 17h30 da última terça-feira no bairro Divineia, em São Luís. Antes de chegar ao local, os policiais foram a outras quitinetes na região, tentando localizar a menina. Eles contaram com a ajuda de vizinhos, que já tinham percebido a movimentação atípica no imóvel, mas não haviam feito qualquer denúncia à polícia.

A quitinete fica no segundo andar do prédio, com poucos móveis. Na sala, foi encontrada uma mochila rosa da menina, que foi levada por ela ao ser resgatada pelos policiais. Quando os policiais chegaram, a menina estava sozinha. Eles aguardaram Eduardo chegar do trabalho. Por volta das 19h, o açougueiro apareceu e foi preso em flagrante por cárcere privado. Informalmente, a menina relatou aos policiais que viajou por vontade própria, mas não sabia as condições nas quais ficaria. Todos os dias, quando saía para trabalhar, Eduardo trancava a porta e levava a chave consigo.

O suspeito foi autuado em flagrante por cárcere privado. Uma nova investigação foi aberta para apurar os crimes de estupro de vulnerável (já que admitiu ter beijado a vítima) e sequestro. (O Globo)

Outra versão

Em entrevista ao programa Opinião Livre(Nova FM) com Ana Guimarães, Domingos Costa e John Cutrim, a diretora da Casa da Mulher Brasileira, Susan Lucena, desmentiu uma série de informações do caso. De acordo com Susan, não houve cárcere privado e que a menina tinha acesso ao celular e às redes sociais bem como consentia com as atitudes de Eduardo. Veja a íntegra no vídeo acima.

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