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Suplentes do Senado ‘jogam no lixo’ mais de 8 milhões de votos

O Maranhão é um dos três campeões nacionais de ‘sem-votos’; um ano depois do pleito de 2010, os dois senadores eleitos pelo estado não estão mais no cargo

Por Oswaldo Viviani (JP)

Um total de 8.062.225 votos para senador de eleitores brasileiros, no último pleito (2010) foram praticamente ‘jogados no lixo’ com a posse de seis senadores suplentes no lugar dos eleitos. O Maranhão, o Rio Grande do Norte e Minas Gerais foram os três estados em que mais suplentes assumiram os cargos dos titulares até agora: dois, cada um. Um ano depois do pleito de 2010, os dois senadores eleitos do Maranhão – Edison Lobão (1.702.085 votos) e João Alberto de Souza (1.546.298 votos), ambos do PMDB – deixaram os postos para seus suplentes: Edison Lobão Filho, o Edinho (PMDB), e Clóvis Fecury (DEM), respectivamente. Somados, os votos ‘inúteis’ em Lobão e João Alberto perfazem 3.248.383 – mais do que a soma dos votos obtidos pelos outros 7 candidatos que também concorreram ao cargo: 1.950.966.

Edinho tomou posse em 2 de fevereiro deste ano e Fecury na última quinta-feira (29.09). Edison Lobão (pai) entregou o cargo pela segunda vez ao filho para assumir o posto de ministro de Minas e Energia. João Alberto foi nomeado secretário-chefe da Assessoria de Programas Especiais do governo Roseana Sarney como parte de um jogo político. Abriu, assim, sua vaga no Senado para um partido – o DEM – que a governadora quer manter como aliado com vistas às eleições para prefeito (2012) e governador (2014).

Além dos eleitores de Edison Lobão e João Alberto, os que votaram em 2010 em outros quatro senadores do país também viram seus votos irem para o ralo. Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN, 1.042.272 votos), Gleisi Hoffmann (PT-PR, 3.196.468 votos), Ivo Cassol (PP-RO, 454.087 votos), e Gilvam Borges (PMDB-AP, 121.015 votos) igualmente entregaram os cargos públicos para o quais foram eleitos para políticos sem- voto – por diferentes motivos.

Garibaldi Alves Filho deixou o Senado em janeiro para ser ministro da Previdência Social. Em seu lugar entrou Paulo Davim (PV). O pai do ministro, Garibaldi Alves (PMDB), ocupa o cargo de senador na vaga de Rosalba Ciarlini (DEM), eleita governadora do Rio Grande do Norte.

Gleisi Hoffmann também entregou o cargo a um ‘sem-voto’ – Sérgio Souza, do PMDB –, após ser convidada para integrar o governo Dilma Rousseff como ministra-chefe da Casa Civil.

Ivo Cassol se licenciou, segundo ele, para tratamento de saúde, em julho passado, deixando no Senado seu pai Reditário Cassol (PP). Gilvam Borges também alegou motivo de saúde para se afastar em 31 de março passado. Seu irmão Geovani Borges (PMDB), primeiro suplente, assumiu o cargo.

No total, dos 81 senadores brasileiros, 15 são suplentes (veja relação em destaque). Além de Maranhão, Rio Grande do Norte e Minas Gerais, com dois suplentes cada, também contam com ‘sem-votos’ no Senado os estados de Amapá, Paraná, Rondônia, Santa Catarina, Espírito Santo, Acre, Mato Grosso do Sul e Goiás, além do Distrito Federal.

Os dois senadores suplentes de Minas Gerais assumiram os postos depois da morte dos titulares. Clésio Andrade (PR) ocupou a vaga de Eliseu Resende (DEM), que morreu em janeiro deste ano. Zezé Perrella (PDT) entrou no lugar de Itamar Franco (PPS), falecido em julho.

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