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Solidário ao Pirata

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Foto: Blog Gilberto Léda

Na avaliação que fazemos, não foi conduzida da melhor maneira a retirada do carro do ‘Pirata da Litorânea’, que atendeu a um pedido do Ministério Público através do Promotor de Justiça, Cláudio Alberto Guimarães.

Não estou dizendo que era certa a permanência dele no local (até pq decisão da Justiça deve ser cumprida e leis respeitadas), porém sempre faço questão de dizer que as coisas podem ser melhor resolvidas quando há diálogo, conversa, bom senso, amor ao próximo, sensatez e o chamado “se colocar no lugar do outro”.

Respeitando esses princípios, muito dos conflitos seriam evitados.

Primeiro, faz necessário ressaltar que o Fusca do Pirata estava estacionado na Avenida Litorânea, em São Luís, desde 2011. Esse tempo todo lá e o curioso é que, só agora, repararam a “irregularidade”. (?)

Como o Pirata não estava dentro da lei (ok, tudo bem, mas o cara não é nenhum bandido), era razoável a autoridade citada ter tomado as providências no início da “ocupação” (ainda em 2011). Como assim não o fez, não custava antes avisar o rapaz – um cidadão humilde, simples, simpático, boa pessoa, querido por todos – que teria que sair do ponto, até mesmo para que ele se organizasse, já que, vale lembrar, o carro do Pirata estava há três anos instalado no local.

Nada disso.

O representante do MP preferiu reagir com intransigência, autoritarismo, unilateralidade, reafirmadas em seu posicionamento logo após o ocorrido ao dizer que “quem está com pena, que ceda um quarto”. Declaração desumana digna de nosso repúdio.

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Foto: Imirante

Talvez o promotor nunca soube o que é morar na rua, sozinho, distante da família. Pelo semblante sofrido de Pirata, dá pra perceber que ele não tem a assistência devida, falta-lhe apoio e qualidade de vida necessária que lhe proporcione o mínimo de conforto. Quem já passou dificuldade na vida, jamais age ou pensa como o tal promotor.

Pirata fez amigos, construiu relacionamentos e mantinha sustento na região. Isso fazia com que ele não desistisse da vida, apesar das dificuldades diárias expressadas na dor do seu olhar.

Maior de todos os sentimentos existentes, o amor deve prevalecer sempre. Somos iguais perante a Deus e o nosso pai celestial ensina que devemos ser solidários e ajudar ao próximo. Pirata é mais um de tantos neste País que precisa de ajuda. Não pode de modo algum ser recriminado ou simplesmente julgado por não ter um emprego ou um lar onde morar.

Soube que a Prefeitura dará assistência a Antônio Carlos Silva, o Pirata. Vão providenciar ateliê náutico para o proprietário do Fusca, que ficará como atrativo turístico. Pirata também terá seus documentos pessoais regularizados e será inscrito no Programa “Aluguel Social”, que garantirá recurso para locação de imóvel.

Ou seja, como afirmamos acima, essas medidas poderiam ser tomadas antes, em concomitância com a saída do Pirata da Litorânea. Bom, é isso!

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