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Sobre Dilma, mandioca e mulheres sapiens

DILMA

Por Alexandre Andrada (Professor de Economia da UnB)

Pesquisa Datafolha mostra que apenas 9% dos eleitores julgam o governo da Sra. Rousseff como “bom” ou “ótimo”. Esse é o valor mais baixo registrado em toda a história do Instituto.

Dilma está perdendo para Sarney e para Collor.

Quem perde pra Collor, empata com Richthofen.

Collor, no primeiro dia do seu mandato, anunciou o sequestro de 80% de todos os ativos financeiros que existiam na economia brasileira, incluindo-se aí o dinheiro do overnight, da poupança e da conta corrente.

Imaginem o cenário. O presidente recém empossado diz que você não pode sacar o dinheiro que tem na conta corrente. E, ainda assim, esse presidente é menos impopular que Dilma.

E lembrem-se que ele havia dito que quem faria isso era seu adversário (um tal de Lula da Silva).

Collor já chegou no planalto mentindo.

Dilma também mentiu.

Durante a campanha disse que estava tudo bem, mas qualquer bípede não-petista sabia que estava tudo indo mal. Mas essa foi uma mentira pior que a de Collor?

Sarney só teve um pouquinho de popularidade durante o devaneio do Plano Cruzado. Depois de findo o experimento surreal, seu ônibus foi apedrejado por militantes da CUT no Rio de Janeiro.

E vocês aí reclamando do juvenil que xingou Dilma na Califórnia

Sarney e Maílson da Nóbrega – seu último ministro da fazenda – entregaram um país com uma inflação de mais de 80% ao mês. Isso mesmo, MAIS DE 80% AO MÊS.

Collor entregou ao final de 1990 a maior retração do PIB de toda a história do Brasil pós-guerra. A variação registrada do PIB naquele ano foi de -4,35%.

Pra 2015 espera-se uma inflação de 9% e um PIB de -1.5%. Um paraíso de cenário comparado ao de Sarney e Collor.

Mas Dilma consegue perder para esses dois camaradas.

Aguardo análise detalhadas de sociólogos, economistas e cientistas políticos sobre esse fenômeno.

Espero também explicações sobre como alguém em pleno domínio de suas faculdades mentais pode julgar o governo Dilma como “bom” ou “ótimo”.

Sério, “sérião” mesmo. Tudo bem ser militante, tudo bem enxergar o mundo de maneira deturpada. Mas ter coragem de virar pro tiozinho do Datafolha e dizer que acha o governo Dilma “ótimo”… Acho que os que responderam “ótimo” são os famosos BR HUE HUE. Só pode.

O camarada que acha a sério o segundo governo Dilma “ótimo”, deve crer que o reinado de terror de Átila foi “razoável”.

Prefiro crer na tese do troll.

Mas o pior adversário do governo Dilma é Dilma falando.

Dilma calada é um Lispector.

Dilma falando é de desistir da humanidade.

O que dizer da pessoa que afirma:

“Eu tô aqui saudando a mandioca. Acho [a mandioca] uma das maiores conquistas do Brasil”

Se a mandioca é “uma das maiores conquistas do Brasil”, podemos apagar a luz entregar a chave desse cabaré pros gringos.

Não há mais nada a ser feito. Melhor é ir vender tangerina nos sinais de Miami.

Adiante, disse Dilma:

“Quando nós criamos uma bola dessas [erguendo uma bola feita de folhas] nós nos transformamos em homo sapiens, ou mulheres sapiens”

Frases para os anais da história política do Brasil. Frase de deixar com orgulhoOdorico Paraguaçu.

Mas há que se perdoar Dilma pelas frases sem sentido.

O jogo político está a mil para a presidenta.

Ela pode sambar na lei de responsabilidade fiscal, pode ser que tenha havido dinheiro de corrupção na sua eleição, fala-se até em uma possível prisão de Lula.

Enfim, Dilma está atravessando mares turbulentos.

E é como já dizia o mito Jardel “Quando o jogo está a mil, minha naftalina sobe”

E com a cabeça cheia de naftalina, a gente fala muita besteira.

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