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Síndrome da Pesquisa Pleuroeleitoral

Se alguém encontrar um sujeito impaludido, raquítico, nervoso, estressado e deprimido nas ruas, pode apostar que ele foi pesquisado em São Luís. Seu mal é a Síndrome da Pesquisa Pleuroeleitoral Genético-patológica. O principal sintoma é que ele perde a capacidade de calcular, não consegue somar dois mais dois. É alguma coisa próxima da Síndrome de Estocolmo, pois ele se apaixona pelo pesquisador a ponto de querer encontrá-lo todo dia.

Esse cara corre o risco de se abster de votar. Se seu candidato está três pontos na frente, está dando empate; se está empatado com o adversário, já perdeu. Pede explicações, mas não encontra e passa a produzir anticorpos eleitorais, pois as pesquisas o mantêm a um passo da insuficiência matemática. Só falta ficar doido, pois vê o seu candidato com 31 pontos em uma pesquisa, 26 em outra, 28 naquela e 23 naquela outra.

Essa doença não ocorre de forma isolada, associa-se a outras, como a Síndrome das Promessas, a Síndrome das Passeatas e das Carreatas, e, principalmente, a Síndrome do Dossiê não Divulgado. Bem pior é quando a Síndrome da Pesquisa Pleuroeleitoral se associa à Síndrome da Amnésia Duplicada. Neste caso, o cara depara com várias pesquisas, de vários institutos, feitas com as mesmas pessoas, com as mesmas perguntas, as mesmas respostas, nos mesmos endereços e que apresentam os mesmos números. E ele sofre.

Também se associa à Síndrome de Jerusalém, que leva o pesquisado a ter fé de que, apesar de todas as evidências e provas em contrário, seu candidato chegará ao segundo turno. No estágio mais grave da doença, o pesquisado passa a acreditar que haverá um terceiro turno só para seu candidato se eleger.

Mas a Síndrome da Pesquisa Pleuroeleitoral pode atacar também o candidato. Como ele nunca está na frente do primeiro colocado, se dana a mandar fazer pesquisa atrás de pesquisa até achar um instituto que tenha a coragem de colocá-lo em primeiro lugar. Nesse estágio, a Síndrome da Pesquisa Pleuroleitoral Genético-patológica não tem cura. (JM Cunha Santos)

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