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Cidade Abandonada: Santa Inês sofre com o descaso da administração municipal

Conhecida nos primórdios como “Ponta da Linha”, a cidade de Santa Inês, localizada na região do Vale do Pindaré a 243 km de São Luis, amarga com o descaso do Poder Público Municipal e ausência total de políticas públicas; população se vê acuada sem qualidade de vida, programas sociais e perspectivas de Emprego e Renda

Da Agência Baluarte

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A equipe de reportagem da Agência de Notícias Baluarte-ANB Online, formada pelos repórteres Fernando Atallaia (editor), Isabela Costa (produção) e Éder Soares (fotografia), chegou a cidade de Santa Inês na tarde da última sexta feira (2) para estrear a série Cidades Abandonadas do portal de notícias maranhense. E para surpresa da equipe, as denúncias chegadas ao site de ANB Online, além de procederem somaram-se a muitas outras. Na entrada do município, o descaso e o desprezo são os cartões-postais, que inicialmente, se apresentam aos visitantes em forma de ruas e avenidas sem fluxo e sinalização para pedestres e automóveis.

Comunidade abandonada de Santa Inês: ruas invadidas por água poluída e dejetos são uma constante na cidade

Os mais de 82 mil habitantes de Santa Inês, que sofrem com a ausência de programas sociais voltados para a geração de emprego e renda, são em sua maioria os mesmos, que sem perspectiva, engrossam a realidade do trabalho infantil e do subemprego naquela cidade. A cada esquina, crianças vendendo bombons e adultos fazendo fretes dentro de uma informalidade que beira a exploração do povo pela administração pública local, sinalizam para uma realidade desigual que em Santa Inês é percebida nos seus 768 km2 de área territorial e em toda sua abrangência sócio-econômica.

A gestão do prefeito Robert Bringel (DEM), aliado da família Sarney, pontuada pelo descontentamento da população, caminha para o revés de sua própria atuação e é vista com desconfiança pelos moradores de inúmeros bairros da cidade. No sábado (3), a reportagem visitou algumas comunidades da periferia de Santa Inês e se deparou com reclamações, as mais diversas, no contexto da infra-estrutura e da saúde pública municipal. Cláudio Cantanhêde, morador antigo do bairro Parque Santa Cruz, conta que a prefeitura de Santa Inês desconhece o conjunto habitacional desde sua fundação. “Nada é feito aqui desde o surgimento do bairro; os esgotos passam pelas ruas e o prefeito ainda nos trata mal quando procuramos nossos direitos; a secretaria de obras fica ao lado das ruas esburacadas e eles fingem não ver o nosso sofrimento, é muito descaso com o povo’’, afirmou.

Outra moradora do bairro prejudicada pelo desprezo patrocinado pela atual administração, a dona de casa Francisca das Chagas, assinala que o risco de contágio por doenças infecciosas é um problema, dentre tantos, que vem assombrando as localidades e os habitantes dos povoados e comunidades de Santa Inês. ”Temos que ajeitar as ruas com nosso próprio dinheiro; as crianças brincam em contato com água de esgoto, ratos, baratas e até dejetos; me preocupo com meus filhos e por vezes já fui a prefeitura, mas chegando lá o prefeito nem recebe a gente, ele só sabe é ser ignorante e tratar mal o povo”, relatou a dona de casa.

Santa Inês é um dos maiores municípios maranhenses e juntamente com cidades como Pindaré, Igarapé do Meio, Santa Luzia e Vitorino Freire compõe a chamada Região Central do Maranhão. Mas na prática, a cidade ainda vive os dissabores de uma gestão excludente, autoritária e despótica, frutos da má administração pública local, que de acordo com a população, é pautada nos interesses pessoais daqueles que governam e dirigem o município.

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