Echeverria escreveu o livro com a trajetória política e de vida de Sarney

Falar da vida alheia é um esporte nacional. Admitindo ou não, todo mundo gosta – especialmente quando se tratam de personalidades famosas. Fazer disso uma profissão, porém, é algo bem mais delicado. E implica em responsabilidades que foram discutidas recentemente pela maior corte do Brasil, o Supremo Tribunal Federal, que decidiu há poucas semanas sobre a constitucionalidade de biografias não-autorizadas no país.

Pegando carona na polêmica, o 1º Festival Literário Internacional de Belo Horizonte (FLI-BH) realizou na manhã deste sábado (27) a mesa “A Vida dos Outros: Sobre Escrever Biografias”, no teatro Francisco Nunes. O painel reuniu duas das principais biógrafas do Brasil, a jornalista Regina Echeverria e a professora Nádia Batella Gotlib que, com a mediação do atual presidente do BDMG Cultural João Paulo Cunha, apresentaram suas duas abordagens bem diversas de contar a vida de alguém.

Apesar de afirmar que também fornece os fatos para que seu leitor tire as conclusões, Regina Echeverria contrapôs ser impossível separar o biografado e sua obra. “A pessoa vive a produção dela. A gente é uma pessoa só quando acorda e quando dorme”, argumenta. Jornalista, ela começou escrevendo perfis em revistas e, quando o espaço não foi o bastante, passou a escrever livros como “Cazuza – Só as Mães São Felizes”, “Gonzaguinha e Gonzagão – uma Historia Brasileira” (ambos adaptados para o cinema), “Furacão Elis” e o recente “A História da Princesa Isabel – Amor, Liberdade e Exílio”.

“Sempre me apaixono por meus personagens, menos pelo Sarney”, brinca Echeverria sobre o livro que escreveu sobre o infame político maranhense. E sobre o qual foi questionada, inclusive no debate, como uma “mancha” em sua carreira. (Com informações de O Tempo)