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Secretário diz que irá cobrar conclusão do hospital em Santa Inês e critica discurso da oposição local do ‘quanto pior melhor’

A cidade de Santa Inês é um dos municípios maranhenses que tem dado atenção especial a saúde. Sob o comando do prefeito Ribamar Alves (PSB), investimentos feitos pela atual gestão municipal contribuíram para amenizar o quadro caótico no setor. Entre as ações destacadas pelo secretário de Saúde, Thiago Lima Alves, estão a organização da estrutura, o aumento do número de especialidades médicas, profissionais e o número de dias de consultas.

Neste último quesito, um problema que afligia a comunidade por vários anos era as longas filas nas centrais de marcação de consultas.

482191_580540838624785_805849737_nPor muito tempo o cenário dia a dia era de dezenas de pessoas dormindo na fila à espera de conseguir agendar um atendimento médico no sistema de saúde de Santa Inês. Em apenas três meses, a atual administração conseguiu suplantar um dos gargalos na saúde do município. A solução, segundo Thiago Alves, foi simples: marcação em aberto e em horário comercial.

“Agora eles não precisam mais comprar senhas, que eram vendidas por terceiros, nas filas das madrugadas e nem recorrem a favores políticos, os famosos ‘bilhetinhos’, para conseguirem uma simples consulta ou um exame de sangue”, sentencia Alves, um jovem médico que assumiu a tarefa de reverter o quadro alarmante da saúde na capital do Vale do Pindaré.

No mesmo tom, sobre o hospital macrorregional a ser construído em Santa Inês, orçado em R$ 17,8 milhões que depois de concluído terá 100 leitos de internação em enfermarias, 12 leitos de UTI, quatro salas de cirurgia, Unidade de Pronto Atendimento (UPA) funcionando 24 horas, central de imagem com exames de ultrassonografia, raio-x, endoscopia e mamografia, além de laboratório de análises clínicas, o secretário de Saúde espera que o hospital seja concluído no prazo de 1 ano.

“Iremos cobrar junto à construtora que ganhou a licitação e o senhor Ricardo Murad [secretário de Estado de Saúde]; com certeza trará um alento para o nosso município”, espera ele, confiante.

Com 33 anos, médico ultrassonografista e médico do esporte com atuação em atletas de alto rendimento, gestor clinico-hospitalar na área privada, Thiago Alves, estarrecido, traça a realidade de como encontrou a Prefeitura. “Não esperávamos encontrar uma prefeitura do porte da cidade de Santa Inês sendo uma prefeitura totalmente desorganizada, desestruturada, tratada como uma verdadeira quitanda pelos administradores anteriores”, afirma, sem querer declinar nomes e responsáveis.

Na entrevista concedida com exclusividade ao blog, Thiago destaca ainda o papel importante e contributivo da oposição ‘responsável’, mas critica o posicionamento dos que adotam o discurso do ‘quanto pior melhor’.

“Infelizmente ainda existem algumas pessoas que seguem em ritmo de campanha política e preferem um discurso agressivo do tipo ‘quanto pior melhor’, que em nada ajuda a nossa população, muito pelo contrário, só vem desgastando ainda mais o grupo político derrotado nas últimas eleições já que hoje contamos com a aprovação da grande maioria da população nas nossas iniciativas”, dispara.

Confira a seguir a íntegra da entrevista:

1 – Blog do John Cutrim: Em pouco mais de três meses à frente da secretaria de Saúde de Santa Inês, quais os principais obstáculos encontrados?

Resposta: Thiago Alves

O principal obstáculo está na falta de organização administrativa deixada pela gestão anterior, associado a fatores como:

– Um repasse de recursos federais inferiores a realidade do município devido à ausência de cadastro nos programas do ministério da Saúde que incrementam o recurso financeiro, como por exemplo, o Programa Saúde na Escola,

– O sucateamento de toda a infraestrutura municipal, com: equipamentos ultrapassados e já sem peças de reposição, ambulâncias sem condições de funcionamento e estruturas prediais sem condições mínimas.

– E a principal barreira para conseguirmos a melhoria em curto prazo é a ausência de um hospital municipal próprio e não arrendado como temos atualmente, fato impensável para municípios do porte de Santa Inês, mas que parece que foi esquecido devido a conveniências pessoais pela administração anterior.

2 – Saiu recentemente na imprensa local que o senhor conseguiu acabar com as filas nas centrais de marcação de consulta, algo até então que as gestões anteriores não conseguiram. Como fez para isso ocorrer? Em que medida refletiu positivamente junto à população que necessita destes serviços?

Resposta:

De maneira muito simples e sensata, usar o mesmo sistema que é usado na marcação de consultas particulares ou por planos de saúde privados: marcação em aberto e em horário comercial.

A ausência das senhas e, por conseguinte, filas nas madrugadas, obviamente iria dar a falsa impressão de que o tempo para ser atendido aumentaria, pois a demanda reprimida (os pacientes que precisam de atendimento e que ainda não o foram) é muito grande e a atual facilidade para marcar as consultas e exames acaba por aumentar o número de pacientes, já que agora eles não precisam mais comprar senhas, que eram vendidas por terceiros, nas filas das madrugadas e nem recorrem a favores políticos, os famosos “bilhetinhos”, para conseguirem uma simples consulta ou um exame de sangue, que são direitos constitucionais de todos os cidadãos e dever do Estado.

A medida tem sido bem aceita e tem tido boa resposta da população em geral, mas no intuito de diminuir o tempo de espera estamos gradativamente aumentando o quadro de médicos no município, que já apresenta maior número de profissionais que a gestão anterior, mas ainda muito além do que é a verdadeira necessidade da população.

3 – O setor de saúde é o que carece de maior atenção da gestão do prefeito Ribamar Alves. O que você pretende fazer a curto e longo prazo para promover melhorias nesta área?

Resposta:

A saúde é hoje o ponto fundamental de todas as administrações e é colocado como o principal problema do Brasil em todas as regiões.

O Brasil sofre de dois problemas graves:

Primeiro a ausência de médicos, onde temos apenas 1,8 médicos para cada 1000 habitantes enquanto o preconizado pela Organização Mundial da Saúde é de 2,6/1000 habitantes e no Maranhão é ainda mais grave, onde temos apenas 0,6 médicos para cada 1000 habitantes. E quando vamos para as especialidades o quadro é ainda mais complicado.

O segundo é o baixo financiamento público para as ações de saúde, que deveria ser custeada pelo Ministério da Saúde, mas que acaba deixando a carga mais pesada sobre os Municípios. Hoje no Maranhão temos visto um embate forte entre Municípios e Estado pela divisão do recurso que vêm do Ministério, quando na verdade todos deveriam estar unidos para cobrarmos o Governo Federal, que se nega a aceitar a proposta de 10% do PIB para a saúde. E sabemos que os principais financiadores desse lobby pelo subfinanciamento da saúde são os planos de saúde complementar privados, planos de saúde hoje falidos na sua grande maioria e que se mantém graças a benesses governamentais e que no momento em que a paciente precisa de atendimento de alta complexidade tem que recorrer ao SUS, já que esses planos não cobrem ou tem limitações importantes para a parte mais cara da saúde.

Mesmo com todos esses empecilhos o município de Santa Inês tem feito sua parte.

Nosso maior trabalho tem sido o de humanização, pois nenhum trabalho pode ser de qualidade sem amor e carinho para com aqueles que utilizam nosso serviço.

Em curto prazo nosso principal trabalho tem sido o de organizar a nossa estrutura administrativa, pois nem sequer sabíamos onde estavam lotados os funcionários e nem quantos seriam e muito menos o impacto que eles causavam na folha de pagamento e na lei de responsabilidade fiscal.

Gradativamente estamos tentando aumentar o número de especialidades médicas e o número de dias de consultas dos mesmos em Santa Inês, mesmo com a carência de profissionais em todo o país.

Além da oferta de profissionais, também estamos aumentando a oferta de exames, agora com a instalação de um laboratório central municipal e o aumento da oferta de medicamentos na rede, onde detectamos que as compras anuais da gestão anterior estavam bem abaixo do necessário para a população, tanto que estipulamos basicamente o dobro para ser comprado esse ano.

O sucateamento da saúde é evidente, para começar essa recuperação iniciaremos com a vinda de novas ambulâncias tanto para o transporte dentro do município, sobretudo da zona rural, como para o transporte intermunicipal. Das 10 ambulâncias que o município contava somente 02 foram entregues em funcionamento e nenhuma delas com equipamentos de suporte de vida adequado para o transporte de longa distância. Nesse momento estamos adquirindo 02 ambulâncias UTI móveis, inclusive com incubadora para UTI pediátrica móvel e mais 08 ambulâncias para o atendimento dentro do município e região.

Hoje concluímos os cadastros dentro do programa Requalifica UBS do Ministério da Saúde para lutarmos por novas unidades básicas e reformas e ampliações de outras já existentes para termos melhor espaço físico para atender nossa população próxima a sua residência.

Estamos fazendo cadastros em todos os programas federais e fazendo gestões junto à prefeitura para aumento do recurso da saúde municipal para pormos em prática esses planos.

E claro que para pensarmos numa saúde de qualidade para o atendimento da média complexidade e até mesmo alguns procedimentos de alta complexidade, precisamos pensar na infraestrutura hospitalar, por isso ao longo desse mandato será prioridade para a nossa administração a aquisição ou construção de um hospital municipal e o aparelhamento adequado do mesmo, principalmente contando com UTI, radiologia completa com Ressonância Magnética inclusive, UTI Neonatal e uma estrutura materno-infantil de qualidade.

4 – Recentemente o senhor e o prefeito Ribamar Alves estiveram em São Luís participando da assinatura da ordem de serviço para a construção de um hospital em Santa Inês. O senhor acha que esse hospital será entregue nos próximos quatros anos? É a solução, se construído de fato, no tocante a saúde da cidade?

Resposta:

A governadora Roseana Sarney e o senhor secretário de saúde do estado Ricardo Murad foram muito felizes nessa iniciativa.

Os hospitais macrorregionais de alta complexidade é uma medida há anos estudada e pensada pelas pessoas que conhecem da saúde do nosso estado.

O prefeito Ribamar Alves entregou um projeto semelhante ao Dr. Abdon Murad quando o mesmo era secretário de estado de saúde no governo José Reinaldo e que começou a ser implementado no governo Jackson Lago com o Socorrão de Presidente Dutra.

O hospital macrorregional, que esperamos que realmente esteja concluído no prazo de 01 ano como foi pedida pela governadora Roseana e que iremos cobrar junto a construtora que ganhou a licitação e o senhor Ricardo Murad, com certeza trará um alento para o nosso município.

Esse hospital não é a solução. Ele é simplesmente o estado fazendo o seu papel, sua obrigação. Atendendo aos casos de alta complexidade, sobretudo aos pacientes poli traumatizados de acidentes automobilísticos tão recorrentes na nossa região, fortalecendo a neurocirurgia, a ortopedia e a cirurgia geral tirando essa sobrecarga que hoje é o nosso município que dá pelo menos o primeiro suporte para mais de 700 mil habitantes, sem receber recurso para o mesmo.

Hoje Santa Inês atende todo o oeste do nosso estado que vem drenado pelas rodovias federais BR – 222 vindo de Buriticupu e a BR – 316 vindo desde o Pará, sem falar em municípios que estão entre Bacabal e Santa Inês.

Santa Inês hoje recebe pouco recurso de média e alta complexidade, já que estes ficaram divididos ao longo dos anos com São Luís, Imperatriz e Caxias, sobretudo enquanto isso Santa Inês com sua grande população atendida ficou relegada ao esquecimento.

5 – Qual a avaliação que o senhor faz dos primeiros meses da administração do prefeito Ribamar Alves? O senhor acha que seu pai, como prometeu em campanha, será o melhor prefeito que Santa Inês já teve? O que ele pretende fazer de diferente dos equívocos cometidos pelas gestões passadas?

Resposta:

Esses primeiros meses foram de verdadeiro espanto para nós, pois não esperávamos encontrar uma prefeitura do porte da cidade de Santa Inês sendo uma prefeitura totalmente desorganizada, desestruturada, tratada como uma verdadeira quitanda pelos administradores anteriores.

Pelo que foi feito por Santa Inês até hoje e por tudo o que a nossa população merece ser o melhor prefeito de Santa Inês dos últimos anos é mais que um compromisso, o nosso objetivo hoje é sermos o melhor prefeito que a população de Santa Inês merece. Fazermos o nosso melhor e não somente melhor do que os outros gestores anteriores fizeram.

O prefeito tem consultado a população em todas as suas ações para tomar atitudes que atinjam a maioria e não somente uns poucos favorecidos, que sempre orbitaram o poder em busca de benesses pessoais. Acredito que assim, atendendo a maioria da população conseguiremos fazer algo diferente e associado aos conhecimentos e amizades que o prefeito possui em Brasília na busca por mais recursos e investimentos, assim como as parcerias institucionais com o Governo do Estado, fico convencido que Santa Inês alcançará o destaque que realmente merece. Trazendo grandes obras, como: saneamento público, uma nova rodoviária, organização das feiras e mercados, um centro de zoonoses, a organização e profissionalização do recolhimento e tratamento do lixo, construções de praças e áreas de lazer, a vinda do SAMU, que já estamos terminando as pactuações junto ao governo do estado para a instalação do mesmo ainda esse ano, entre outras atividades que já estão em curso atualmente e fundamentalmente buscando transformar Santa Inês num grande pólo de saúde e educação, associado a implementação de indústrias e empresas privadas, que poderão utilizar-se do grande potencial geoestratégico que nosso município possui.

6 – Por fim, qual, na sua concepção, a importância do papel desempenhado pela oposição LOCAL ao governo do prefeito Ribamar Alves?

Resposta:

A oposição nesse momento ainda está algo divida, já existem algumas pessoas que estão buscando o comprometimento com o desenvolvimento da cidade, independente do grupo no comando do executivo, e tem apoiado as iniciativas que tem trazido benefícios para a nossa população e feito criticas construtivas de como podemos aprimorar ainda mais o nosso trabalho frente ao executivo, mas infelizmente ainda existem algumas pessoas que seguem em ritmo de campanha política e preferem um discurso agressivo do tipo “quanto pior melhor”, que em nada ajuda a nossa população, muito pelo contrário, só vem desgastando ainda mais o grupo político derrotado nas últimas eleições já que hoje contamos com a aprovação da grande maioria da população nas nossas iniciativas.

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