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Se não usar, o que vai mostrar?

Por: José Reinaldo

A revista Veja, ao divulgar os dados do IBGE sobre os indicadores sociais do país, por estado, expõe inteiramente a lamentável situação do Maranhão, detentor dos piores indicadores do país. A revista comparou esses dados, como se o Maranhão fosse um país, e foi encontrar em países muito atrasados dados semelhantes, todos governados por ditaduras cruéis. Sem dúvidas, uma péssima companhia…

Desta feita, como todos puderam ver, após o domínio por dezenas de anos da oligarquia Sarney no estado, foi inevitável que a revista apelidasse o Maranhão de Sarneyquistão.

O senador José Sarney, que empresta o nome e personifica o trocadilho, não gostou e escreveu uma carta a revista, em cujo conteúdo tenciona mostrar que o Maranhão tem bons dados. E faz uma descrição muito sucinta de alguns deles numa explanação muito confusa.

Na verdade, o que faz é embaralhar tudo, pois não pode um ex-presidente desconhecer esses dados e seus conceitos. Ele começa atacando o que é na verdade mais pacífico, pois os dados não deixam ninguém duvidar de que o Maranhão é o estado mais atrasado do país. E então tenta confundir tudo…

Em outras palavras, diz que a revista expôs dados errados, pois o Maranhão tem o décimo sexto PIB do país, citando vários estados que tem PIB menor. Isso é verdade e foi durante o meu governo que o PIB deu um salto, dobrando de R$ 15 bilhões para R$ 32 bilhões em quatro anos. Só que se sabe, e o senador também, que a sigla PIB significa Produto Interno Bruto, ou seja, a soma de tudo o que é produzido no estado. Não é renda. Para encontrarmos a renda ‘per capita’, temos que dividir esse valor pela população do estado. E o resultado disso é a renda individual. Renda essa que triplicou no meu governo.

O problema, senador, é que o Maranhão é muito mais populoso do que muitos estados que tem um PIB menor do que o nosso e, assim, acabam por ter uma renda per capita maior, como o Piauí, por exemplo.

Após essa exposição falaciosa, ele persiste no ataque, escrevendo à revista de que na década passada – meu governo e o de Jackson – essa renda no estado cresceu 46%, enquanto São Paulo cresceu 3%. Muito bem, só que nesses governos ele não teve o comando, porque eram governos contrários à oligarquia e eles não dirigiam o estado.

Eu compreendo que, por não ter o que mostrar, José Sarney tenha lançado mãos dos dados de adversários sem, no entanto, dizer quais foram os governos que conseguiram romper a terrível barreira da pobreza e da pobreza absoluta. Pode divulgar se quiser, senador, mas diga quem eram esses governadores. Esses, na verdade, são os melhores dados da história recente do Maranhão e orgulham mesmo aos maranhenses. Foram frutos de muito esforço e dedicação do meu governo e o de Jackson Lago.

Por fim, Sarney dá uma brutal recaída e termina a missiva dizendo que esses indicadores sociais negativos não existem e que são invenções de governos que antecederam a gestão atual de sua filha. Senador, esses dados são oficiais – dos governos de Lula e da presidente Dilma – resultados de pesquisa do IBGE, da PNAD e do IPEA. São verdadeiros, amplamente publicados e gozam de toda a credibilidade. Nada têm a ver com briga política paroquial. Seria melhor aceitá-los e procurar montar políticas públicas para revertê-los. Não será com anúncio de grandes projetos privados que alguma coisa será modificada. Só mudará com muito trabalho, dedicação e políticas públicas eficientes.

Como a oligarquia só aceita dados deles – e não aceita os dados verdadeiros e oficiais – não há chance de um governo de Roseana dar certo.

Imagino que, como nada pode dizer em defesa da sua filha e da oligarquia, Sarney apele e fique distribuindo “botinadas“ a torto e a direito, tentando politizar o tema. É pena… Ele disse que o Maranhão só é o pior em três ou quatro indicadores. Não é verdade, o Maranhão é pior que os outros estados em quase todos eles.

E continuando, o deputado César Pires denunciou o óbvio. Não há governo no Maranhão. O estado está sem aeroporto há meses, prejudicando tremendamente a população e contribuindo para o afastamento dos turistas e a queda na ocupação dos hotéis. Mas o governo nada fez para cobrar a urgência nos reparos e tampouco fez o que seria mais coerente, lutar pela construção de um novo terminal de passageiros, mais moderno e confortável, já que o anterior era muito ruim e muito inferior ao de outros estados. A governadora faz ouvidos moucos, como se o problema não fosse aqui. O grito de César Pires pode fazer a bancada se mexer, embora com muito atraso e prejuízos.

E na semana passada foi anunciada com grande estardalhaço a retomada das obras de terraplenagem na famosa Refinaria Premium. Porém, vejo que se fosse prioridade da Petrobras, essa terraplenagem já deveria estar pronta há meses. A fotografia de fato mostra poucos equipamentos trabalhando. Vamos conferir…

E o PSB vai com muita garra e força própria, vencendo o terrível conluio que tenta tomar o partido para colocá-lo a serviço de Roseana Sarney. Muito dinheiro, assim como promessas de apoio em eleições municipais, levam os disponíveis de sempre para essa ignomínia. Eduardo Campos, o nosso ilustre presidente nos conhece bem. Ele me levou o convite para ingressar no partido a pedido do líder maior e fundador do partido, o seu tio Miguel Arraes.

Portanto, não adianta mentir e lançar boatos de intervenção e afastamento do nosso presidente. Roseana faz isso porque o PSB é o partido que de fato lhe faz oposição. Já a motivação daqueles que, dentro do partido, tentam atender o desejo da governadora, estes não podem ser explicados publicamente. Eles pensam que Roseana Sarney no futuro irá ajudá-los, mas ela apenas os usa, pois neles não confia. Fazem um papelão por nada…

Parabéns, presidente José Antônio, pela grande vitória e pela firmeza com que conduz o partido. Assim como parabéns a todos aqueles que, também com sua firmeza, mantêm o partido em sua trajetória histórica.

PSB é oposição à oligarquia e continuará assim.

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