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Sarney trabalha para reconduzir ao TRE afilhado envolvido em denúncias de corrupção

Do blog do Raimundo Garrone

A monumental rejeição manifestada por mais de 100 mil pessoas no Rock in Rio, por duas vezes em uma semana, parece não ser o bastante para conter o insaciável apetite do presidente do Senado Federal, José Sarney (PMDB-AP), por indicar afilhados para ocupar cargos públicos.

Agora, ele trabalha freneticamente nos bastidores para impor à presidenta Dilma Rousseff a recondução do ex-presidente da Fundação José Sarney, advogado José Carlos Sousa e Silva, para o colegiado do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MA). Sousa e Silva é da cota da OAB e, por ser jurista, depende da escolha através de votação do Tribunal de Justiça que encaminha a lista ao Tribunal superior Eleitoral, que por sua vez submete o nome ao crime presidencial.

O advogado com assento no TRE é o relator do processo do Ministério Público Eleitoral move contra a governadora Roseana Sarney, que pode terminar com a cassação do diploma de posse. Roseana teria exorbitado no abuso econômico nas eleições de 2010. Souza e Silva não alegou impedimento para relatar as investigações contra a filha do congressista Sarney.

Além disso, Souza e Silva, alvo de investigação do Ministério Público Federal (MPF) por suspeita de corrupção, está na lista tríplice enviada pelo Tribunal de Justiça do Maranhão para a Presidência da República. Valdênio Caminha e Valney Oliveira são os outros dois advogados que disputam a vaga.

Na gestão de José Carlos Sousa e Silva, a Fundação José Sarney é acusada de desviar para empresas fantasmas e outras da família do presidente do Senado dinheiro da Petrobras repassado em forma de patrocínio para um projeto cultural que nunca saiu do papel.

Do total de R$ 1,3 milhão repassado pela estatal, ao menos R$ 500 mil foram parar em contas de empresas prestadoras de serviço com endereços fictícios em São Luís (MA) e até em uma conta paralela que nada tem a ver com o projeto.

Reportagem publicada pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, em 2009, mostrou que uma parcela do dinheiro, R$ 30 mil, foi para a TV Mirante e duas emissoras de rádio, a Mirante AM e a Mirante FM, de propriedade da família Sarney, a título de veiculação de comerciais sobre o projeto fictício. A verba foi transferida em 2005 após ato solene com a participação de Sarney e do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.

Como o presidente do Senado costuma enviar cartas para quem ousa contestá-lo cobrando gratidão por supostas indicações para cargos públicos não é difícil deduzir com que intenções ele pressiona a presidenta Dilma para nomear o amigo para o TRE-MA.

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