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Sarney quer transferir responsabilidade por fracasso de refinaria

Paulo Roberto Costa, Lobão e Roseana Sarney

Paulo Roberto Costa, Lobão e Roseana Sarney

Em mais um de seus escritos dominicais, publicado pelo jornal de sua propriedade, o ex-senador José Sarney (PMDB), descarrega toda sua ira contra a presidenta Dilma Rousseff. Não é para menos. Como diz o próprio Sarney no artigo “Esperança e protesto”, “janeiro foi um mês fatídico” para ele. Marcou seu defenestramento do poder local e federal.

A pretexto de ‘defender’ o Maranhão, frise-se com mais de 50 anos de atraso, o ex-presidente diz estar revoltado com o cancelamento do projeto da refinaria Premium I, em Bacabeira.

Pudera. Ninguém deseja a morte de sua galinha dos ovos de ouro. Afinal, deve ser difícil para Sarney imaginar-se fora do Ministério de Minas e Energia, onde deu as cartas nos últimos anos, e, de quebra, viu cancelado o projeto da refinaria Premium I, que consumiu inacreditáveis cerca de R$ 2 bilhões. Tudo isto apenas para fazer a terraplenagem.

E onde estava Sarney que nada falou sobre este escândalo. Foi ainda sob a forte influência de Sarney na República e na gestão de seu aliado Edison Lobão, então ministro das Minas e Energia, que o projeto da refinaria de Bacabeira começou a deixar de ser prioridade para a Petrobras. Em silêncio estava e em silêncio ficou o Sr. José Sarney.

A ‘indignação’ de Sarney chega com muito, mas muito atraso. Bradar impropérios agora contra o governo federal e propor cruzada dos maranhenses pelo projeto da refinaria é puro oportunismo político.

Há de se perguntar onde foram parar estes quase R$ 2 bilhões. Possivelmente o outrora parceiro de Sarney, Roseana e Lobão, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa tenha a resposta.

Ao atirar pedras na Petrobras, lançar suspeitas sobre a estatal e responsabilizar a operação “Lava Jato” pelo cancelamento do projeto de refinaria do Maranhão, Sarney aponta o jato de lama sobre si. Afinal, sua filha e ex-governadora Roseana Sarney é duplamente citada na operação desencadeada pela Polícia Federal.

Ela integra a lista de políticos que seria beneficiária do esquema de corrupção e caixa 2, que se instalou na Petrobras, entre 2004 e 2012. Além disso, Sarney esquece ou finge esquecer a investigação sobre recebimento de propina dentro do Palácio dos Leões pelo ex-chefe da Casa Civil João Abreu.

Alberto Youssef, no depoimento número 51 de sua delação, afirmou ter intermediado o pagamento de R$ 3 milhões em propina ao ex-chefe da Casa Civil, para liberação de precatórios em favor da UTC/Constran. Os recursos seriam parte do pagamento da propina por fazer com que a construtora furasse a fila dos precatórios num processo de R$ 113 milhões.

Acostumado a ser governo desde sempre, Sarney parece desambientado fora do poder. Fato é que se há responsável pelo fracasso do projeto da refinaria Premium I este é Sarney. E isso não há artigo que consiga fazer apagão na memória dos maranhenses.

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