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Sarney, o piadista do ano

Para tentar justificar o fracasso na vida política, o senador José Sarney escreveu mais um enfadonho artigo, publicado na edição deste domingo do jornal O Estado do Maranhão, trazendo para si a paternidade dos programas sociais. Um escárnio. Ora, José Sarney não fez quase nada pelo país e muito menos por seu estado e agora tenta no apagar das luzes se apoderar de benfeitorias que não são suas.

Só a título de lembrança, na época em que José Sarney foi presidente da República, o Brasil viveu, sim, um dos seus piores momentos. A área econômica foi a que sofreu o maior abalo, com índices de inflação estratosféricos. Para se ter uma ideia, o governo Sarney terminou em 1990 com inflação de 1764,86%. Pensem no desastre que foi a gestão de Sarney bem como o reflexo negativo na vida dos brasileiros.

Nesse período negro da história brasileira, o país viveu situações turbulentas sob o comando de Sarney.

Ele, ao apregoar nos seus artigos que o Maranhão é uma maravilha de estado, onde só há festa e bonança, e de se apropriar dos feitos dos governos Lula e FHC, José Sarney encerra sua carreira como um piadista de primeira. Confira a matéria a seguir:

Em artigo de jornal de sua propriedade, Sarney questiona papel de FHC e Lula. ‘Muitos dos meus pensamentos foram apropriados’

Por Wilson Lima (iG)

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Durante as eleições deste ano, PSDB e PT protagonizaram uma discussão pública sobre a autoria de programas sociais como o Bolsa Família. Para o senador e ex-presidente da República José Sarney (PMDB), o grande responsável pela aplicação dos planos voltados aos que estão na base da pirâmide social não é nem Lula nem Fernando Henrique Cardoso: é ele próprio.

Em artigo publicado no jornal “O Estado do Maranhão”, de sua propriedade, cujo título é “O roubo dos personagens”, Sarney chama para si a responsabilidade pela implementação dos programas sociais do governo federal. “Todos os programas sociais de hoje, que discutem se foi FHC ou Lula, começaram comigo: farmácia básica, aposentadoria do trabalhador rural, cota a deficiente, extensão dos benefícios da previdência ao trabalhador do campo, o 13º salário para o funcionalismo público civil e militar e, o maior de todos, a universalização da saúde”, afirma o senador.

No artigo, Sarney escreve ainda que “muitos dos meus pensamentos, frases e iniciativas foram apropriados, sem o menor respeito, e nunca citaram a fonte. Não vou dizer que roubaram, mas se apropriaram”. “O primeiro (pensamento) – e que motivou este artigo – é dizer que um programa é de ‘desenvolvimento com justiça social’. Quem primeiro falou isso no Brasil foi eu, no manifesto da Bossa Nova da UDN, ao tempo de Juscelino (Kubitschek), que falava muito em desenvolvimento, mas nada em social. No Maranhão, em 65, quando fui eleito, era esse o lema do governo. E como presidente da República adotei o slogan ‘Tudo pelo Social’”, descreve o senador.

Ao listar outras realizações de seu governo, Sarney sugere que o programa “Fome Zero” foi inspirado no “programa do leite, considerado pela Unesco, o melhor combate a fome do mundo” e declara que o programa “Acesso à energia no interior” foi continuado por Lula e FHC e transformou-se no “Luz para Todos”.

“Minha preocupação pelo social é um coerência (sic) na minha vida inteira. Ao convocar a constituinte coloquei na mensagem que a encaminhou que ela se destinava a assegurar ‘os direitos sociais’ até então esquecidos”, continua Sarney.

“Daria para escrever um jornal inteiro se eu fosse relatar tudo. Mas não posso encerrar sem lembrar o que mais me orgulha e enche de satisfação, porque diz respeito à humanidade inteira: foi criar – assim que em Vancouver os cientistas anunciaram sua descoberta – a distribuição gratuita do coquetel que detinha a Aids, considerado o melhor programa do mundo contra essa terrível epidemia, e que o Brasil exporta para outros países”, analisa Sarney em referência a um projeto de lei de autoria dele aprovado em 1996, que dispunha sobre a distribuição gratuita destes medicamentos.

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