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Sarney: “O Brasil nunca precisou tanto de um político como Lula”

Antes de jantar com senadores do MDB e de outros partidos em Brasília nesta segunda-feira, Lula se reuniu com o ex-presidente José Sarney (MDB). Na conversa, que durou mais de uma hora, Sarney mostrou seu apoio ao petista e disse que “o Brasil nunca precisou tanto de um político como Lula”.

Os ex-ministros Aloizio Mercadante e Zequinha Sarney participaram da conversa. Essa é a segunda vez que Lula vem a Brasília e visita o ex-presidente.

O encontro, confirmado por fontes à coluna, aconteceu na casa de Sarney. Os dois conversaram a sós.

Hoje o MDB tem a senadora Simone Tebet como pré-candidata à Presidência. Uma ala do partido formada por nomes como Renan Calheiros (AL), Eduardo Braga (AM) e Vital do Rêgo (PB) se articula para que o MDB já apoie o Lula no primeiro turno das eleições.

Em junho do ano passado, Lula e Sarney tiveram um encontro em Brasília, uma semana após o emedebista receber a visita do presidente Jair Bolsonaro (PL). Bolsonaro foi à casa de Sarney no ano passado pedir ajuda contra a instalação da CPI da pandemia e apoio contra Renan Calheiros (MDB). O que não prosperou.

Na época, enquanto a visita de Bolsonaro foi mantida sob sigilo, o encontro com do presidente Lula foi divulgado pelo petista. Lula postou uma foto ao lado de Sarney, ambos de máscara e fazendo um gesto de cumprimento. Agora, por enquanto, Lula ainda não divulgou a nova visita a Sarney.

Lula participa na noite desta segunda-feira (11) de um jantar na casa do ex-presidente do Senado, Eunício Oliveira. A ideia de Lula é angariar apoio do MDB para o primeiro turno, mesmo com a legenda tendo o nome da senadora Simone Tebet (MDB-MS) como pré-candidata à Presidência. A expectativa é que caciques da legenda – como Renan Calheiros, Romero Jucá e até mesmo Moreira Franco – participem do encontro com o petista.

Também devem estar no jantar de hoje políticos de outros partidos, como o senador Rodrigues (Rede-AP), que vai trabalhar na articulação da campanha de Lula. Na terça-feira (12), ainda em Brasília, Lula visita o Acampamento Terra Livre (ATL), coordenado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).

Minar a terceira via

O ex-presidente Lula desembarcará em Brasília para uma nova rodada de conversas com a velha guarda do MDB. O motivo: negociar o apoio de grandes caciques regionais da sigla para evitar o fortalecimento de uma candidatura presidencial de terceira via que eventualmente ameace o cenário que hoje, segundo as principais pesquisas eleitorais, é amplamente favorável ao petista. Nos últimos dias, Lula tem estimulado reuniões de próceres do MDB, como o ex-presidente José Sarney, o senador Renan Calheiros e o ex-presidente do Congresso Eunício Oliveira, para, entre outras coisas, desidratar praticamente no nascedouro movimentos como a pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) ao Palácio do Planalto.

Embora o partido, ao lado do PSDB e do União Brasil, tenha definido o dia 18 de maio como data de anúncio de uma candidatura única do chamado centro democrático, políticos históricos do MDB concordaram em não torpedear de público o projeto político de Tebet em troca de receberem carta branca para fechar as alianças que lhes parecerem mais vantajosas em nível regional. A ideia é que, até o final de maio, entre 11 e 14 diretórios da sigla se manifestem publicamente contra uma candidatura própria e anunciem a intenção de apoiar Lula na disputa de outubro. A cúpula emedebista já precificou o apoio de parte dos diretórios ao ex-presidente e tem projeções bem mais modestas sobre a força dos caciques regionais em prol de Lula – seis diretórios.

“Para fazer o enfrentamento do Bolsonaro tem que ser com a candidatura do Lula. Não tem nada em segredo. Temos 14 diretórios cujas lideranças preferirão Lula, lideranças que têm projeto de poder estadual, têm governo, têm prefeituras de capitais e têm uma grande quantidade de prefeituras nos municípios”, disse o senador Renan Calheiros (MDB-AL) a VEJA. Ele é um dos artífices do movimento anti-Simone Tebet no partido e um dos organizadores da reunião com o ex-presidente Lula. “Lula virá a Brasília e vamos conversar sobre circunstâncias estaduais, como ficarão os apoiadores do Lula no MDB e como encaminharemos nossa posição na convenção partidária”, afirmou.

Em Roraima, outro emedebista de proa, o ex-senador Romero Jucá, que concorrerá a uma vaga ao Senado, também atua descolado da candidatura presidencial emedebista, mas neste caso flerta com o bolsonarismo. Jucá compõe chapa com um candidato a vice-governador pelo PL, sigla que hoje abriga o presidente da República.

Com informações de O Globo, UOL, CNN e Metrópoles

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