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Sarney faz manobras para limitar investigação do MP

Do site Hoje em Dia

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), iniciou um movimento junto às bancadas estaduais para tentar aprovar no Congresso a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 37, que acaba com o poder do Ministério Público de investigar justamente autoridades.

Para aprovar a PEC 37, Sarney começou uma espécie de “conclamação” dos deputados estaduais

O autor da emenda que restringe as investigações é um velho conhecido do Ministério Público. O deputado federal mineiro Bernardo Santana (PR) é acusado justamente pelos promotores mineiros de pertencer à chamada “Máfia do Carvão”, conforme denunciou o Hoje em Dia em maio deste ano.

Ele responde a uma ação penal por crime ambiental e é réu em um inquérito por sonegação de impostos. Foi diretor de uma empresa investigada pelo MP por extração ilegal de carvão. Os processos estão no Supremo Tribunal Federal, já que Santana goza de foro privilegiado.

Impunidade

A PEC 37 já foi apelidada, no meio jurídico como “PEC da impunidade”. Ela já foi aprovada em comissões e segue para o plenário da Câmara. Para garantir a aprovação, o presidente do Senado, José Sarney, deu início a uma espécie de “conclamação” dos deputados estaduais. O movimento já chegou a Minas. Na semana passada, em nome de Sarney, o presidente do PMDB nacional, senador Valdir Raupp (RO), se reuniu com deputados estaduais para pedir apoio à proposta. Ele deseja que os parlamentares apresentem propostas semelhantes nas assembleias legislativas dos estados que representam.

“Durante a reunião, Raupp nos explicou a importância de pararmos o MP, que só prejudica o trabalho dos prefeitos que já são prejudicados pela falta de verbas e de estrutura. Acho um absurdo o poder de polícia que tomou conta do MP. Estamos todos nas mãos deles”, disse um deputado estadual, que preferiu não se identificar.

Supremo

Em Minas, a chamada “lei da mordaça” chegou a ser aprovada em 2007, porém foi vetada pelo então governador Aécio Neves (PSDB). Em situação inédita, os deputados derrubaram o veto. Agora, o caso está parado no Supremo Tribunal Federal, em virtude de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade apresentada pela Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp).

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