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Sarney derruba CPI dos Transportes e PSDB retoma coleta de assinaturas

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), mandou arquivar o requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigaria as denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes e no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Sarney se baseou no parecer da Secretaria Geral da Mesa, atestando número insuficiente de assinaturas para criação da CPI. Segundo ele, o documento “não atende aos requisitos necessários”, uma vez que apenas 25 senadores o assinaram.

Depois que o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), entrou em campo para articular a retirada das assinaturas, três senadores removeram o apoio à investigação: João Durval (PDT-BA), Reditario Cassol (PP-RO) e Ataídes Oliveira (PSDB-TO). Posteriormente, pressionado pelo seu partido, o tucano Oliveira voltou atrás e repôs sua assinatura. Mesmo assim, a oposição contava apenas com 25 adesões, das 27 necessárias para viabilizar a investigação.

Diante do arquivamento do pedido, o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), decidiu recomeçar do zero. Voltou a recolher assinaturas dos senadores determinados a apoiar a investigação. Dias investirá contra o grupo de senadores “independentes” do PMDB. O primeiro requerimento contou com o aval de quatro peemedebistas: Roberto Requião (PR), Ricardo Ferraço (ES), Jarbas Vasconcelos (PE) e Pedro Simon (RS), que devem assinar o documento novamente.

Álvaro Dias lamentou o que chamou de uma “ação” do Planalto – referindo-se ao palácio de onde despacha a presidenta Dilma Rousseff – para convencer os senadores a voltar atrás e disse que isso demonstra que há denúncias ainda não esclarecidas. “A partir dessa ação desenvolvida na calada da noite, fica explícito que não há a intenção do governo de promover mudança no modelo de promiscuidade que existe”, disse o líder do PSDB.

O tucano critica a mudança de postura de senadores: “É semelhante àquela pessoa que assina um cheque e depois descobre que está sem fundos”, comparou. Ele disse que não terá dificuldades em conseguir que os 25 senadores que assinaram o requerimento recoloquem suas assinaturas e que continuará trabalhando para conseguir os dois apoios que faltam. “A oposição tem que cumprir o seu dever e vai reiniciar a coleta de assinaturas”, concluiu.

Fato novo

Numa casa em que PSDB, DEM e PSOL somam apenas 16 das 81 cadeiras, os líderes da oposição avaliam que a CPI só sairá do papel se surgir um fato novo com peso suficiente para convencer mais dois aliados do governo a desobedecer a orientação do Planalto e apoiar a investigação.

A oposição até conseguiu salvar uma assinatura da CPI: a de Ataídes Oliveira (PSDB-TO). Ele mudou de opinião duas vezes. Primeiro, ele assinou o requerimento para criar a CPI. Depois, retirou a assinatura por pressão do titular do cargo de senador, João Ribeiro (PR), e disse que ficou “perturbado”. Depois, resolveu apoiar a CPI de novo. Ribeiro, por sua vez, havia sido cobrado por emissários do Planalto. “Eu peço desculpas pelo que posso ter causado diante do compromisso que fiz com meu amigo João Ribeiro”, disse Ataídes, que deve ficar no Senado até o mês que vem. Oficialmente, o titular está afastado por licença médica.

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