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Sarneisistas e neocomunistas

É de impressionar sarneisistas que se auto- proclamavam “fiéis” (agora muitos neodinistas de ocasião) deixaram para criticar o PMDB e o grupo Sarney somente após a derrota nas urnas.

Nos últimos dias, deputados, correligionários e políticos de expressão da sigla que ocupavam cargos importantes na esfera estadual e federal por indicação da agremiação e do senador José Sarney, como o caso do ex-ministro do Turismo, Gastão Vieira, vociferam com ímpeto suas insatisfações contra o comando do partido.

Antes da eleição, com o PMDB protagonista no governo do Maranhão e o fisiologismo político em prática, tudo sucedia bem, transcorria a mil maravilhas. A governadora Roseana Sarney era excelência em termos de gestão e o Maranhão vivia dias de progresso. O senador José Sarney era um ídolo. Nossa, os Sarneys eram uma divindade!

Bastou a derrocada em outubro, a governadora deixar o poder e o desalojamento do governo para que muitos mudassem radicalmente de opinião.

Não tardou muito a transfusão de princípios. Sem nenhum constrangimento, sarneisistas passaram a falar das diversas mazelas do governo, apontaram falhas na administração deficiente de Roseana Sarney e evidenciaram crises internas existentes no PMDB e nos partidos da base aos quais pertenciam. Foram quase cinco décadas de cegueira onde as escamas dos olhos só caíram por ocasião da prospecção do império de vantagens e regalias que poderiam deixar de ter. Vale frisar, movimento este que iniciou já na campanha eleitoral.

Um exemplo nítido. O PMDB passou então a ser um partido “onde todo mundo queria mandar”. Gastão Vieira chegou a declarar que todos queriam ser caciques. Outro que também alfinetou foi o ex secretário de Cidades do Estado e deputado federal eleito, Hildo Rocha. Ele afirmou que o partido não apoiou como deveria a candidatura de Luis Fernando. Não deixa de ser verdade, fato!

Outros, de forma mais radial e ríspida, passaram a condenar o governo Roseana, do qual se locupletaram. Antes o melhor governo já vivido no Maranhão, mudou para “o pior governo da vida dos maranhenses”.

Mudança de atitude que soou como mero oportunismo político, um sinal cristalino de que estavam dispostos a esquecer o passado político e estender bandeira branca ao novo governo de Flávio Dino, que de picareta, impostor e ditador comunista passou a salvador da pátria. Um até já se ofereceu para ser líder do governo na Assembleia Legislativa.

Para os bon vivant do poder, importa os interesses pessoais. Gente que não sabe viver sem as benesses do governo. Dane-se a coerência, de nada vale a ideologia política ou legado histórico de luta para adesistas do poder.

Mais discretos e respeitosos, alguns preferiram deixar a legenda sem expor à imprensa críticas a ex-aliados, a exemplo do ex-secretário do governo Roseana, Luis Fernando Silva. Posicionamento decente do ponto de vista da gratidão.

Neste momento de salve-se quem puder, agora o que vale agora é cartilha do comunismo. Gente que nunca tinha ouvido dizer sobre Karl Marx e hoje não para de falar sobre sociedade igualitária.

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