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São Luís entre as capitais com maior número de candidatos. Entenda os motivos

O fim das coligações na eleição para vereador e a preocupação dos partidos em se preparem para a cláusula de barreira mais rigorosa que valerá na disputa de 2022 elevaram o número de candidatos a prefeito no pleito deste ano. Levantamento feito pelo GLOBO nas 15 maiores capitais do país mostra um aumento de 35% (de 136 para 184) no total de inscritos para concorrer aos executivos municipais, em comparação com 2016. É também o maior número em todas as campanhas municipais desde a redemocratização.

Em São Luís, serão 12 candidatos a prefeito, três a mais que na eleição de 2016. Disputam a sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr. os deputados Eduardo Braide (Podemos), Duarte Jr. (Republicanos), Neto Evangelista (DEM), Rubens Jr. (PCdoB), Bira do Pindaré (PSB), Adriano Sarney (PV) e Dr. Yglésio Moysés (Pros). Concorrem também o apresentador Jeisael Marx (Rede), o ex-juiz Carlos Madeira (SDD), o apóstolo Sílvio Antônio (PRTB), o jornalista Franklin Douglas (PSOL) e Hertz Dias (PSTU).

A eleição deste ano será a primeira em que partidos não poderão formar coligações para a disputa de vereador. Por causa disso, os candidaturas próprias a prefeito são vistos como uma forma de puxar votos para a chapa proporcional.

— Tem a combinação da proibição da coligação com a cláusula de desempenho para acesso a recursos públicos. Tradicionalmente, os partidos consideram as eleições municipais como um ponto importante para as próximas eleições gerais. Então, eleger uma boa quantidade de prefeitos e vereadores é uma forma de preparação para 2022, quando a cláusula de barreira será ainda maior do que foi em 2018 — analisa a cientista política Lara Mesquita, pesquisadora da FGV.

A cláusula de barreira começou a ser implantada na eleição de 2018. Desde então, só tem direito ao fundo partidário e ao tempo de propaganda o partido que tiver recebido ao menos 1,5% dos votos válidos na disputa para a Câmara dos Deputados, distribuídos em pelo menos nove unidades da Federação. Em 2022, esse índice subirá para 2%.

— Os partidos precisam começar a preparar o terreno — acrescenta Lara.

A cientista política diz que o aumento era previsto pelos pesquisadores, mas a pandemia do coronavírus fez com que as projeções iniciais fossem colocadas em dúvida. Lara acredita que a redução de candidaturas provocada pela doença deve ser maior na disputa para vereador.

“Efeito paradoxal”
Para o cientista político Emerson Cervi, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o aumento das candidaturas para prefeito é efeito do fim das coligações proporcionais, o que fez mais partidos lançarem concorrentes ao Executivo para darem visibilidade aos candidatos às Câmaras de Vereadores. Na sua avaliação, isso não significa, porém, que todas as candidaturas serão viáveis, e as votações devem continuar concentradas entre poucos concorrentes:

— O efeito é paradoxal. Teremos aumento de candidatos a prefeito, mas não devemos atingir o limite de candidaturas a vereador. Dada a proibição de coligação, a nova estratégia é ocupar espaço majoritário. Se vai dar certo, é outra coisa. O fato é que os partidos não estão conseguindo atrair candidatos a vereador e mal conseguem chegar ao número equivalente às vagas nas câmaras, porque houve um aumento significativo da demanda por candidatos de uma hora para outra, em um cenário em que já havia crescimento do total de candidatos nos últimos anos.

Chapas – Prefeito São Luís

Adriano Sarney (PV). Vice: Vall Nascimento (PV)

Bira do Pindaré (PSB). Vice: Letícia Cardoso (PSB)

Carlos Madeira (Solidariedade). Vice: Jeremias Freire (Solidariedade)

Duarte Júnior (Republicanos). Vice: Fabiana Vilar (PL)

Eduardo Braide (Podemos). Vice: Esmênia Miranda (PSD)

Franklin Douglas (PSOL). Vice: José Ribamar Arouche

Hertz Diaz (PSTU). Vice: Jayro Mesquita (PSTU)

Jeisael Marx (Rede). Vice: Janicelma Fernandes (Rede)

Neto Evangelista (DEM). Vice: Luzimar Lopes (PDT)

Rubens Júnior (PCdoB). Vice: Honorato Fernandes (PT)

Silvio Antônio (PRTB). Vice: Ana Célia (PRTB)

Yglésio Moyses (PROS). Vice: Mauro César (PROS)

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