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São Luís é a capital com o maior aumento de assassinatos em 10 anos

MAPA DA VIOLÊNCIA 2015

Taxa de homicídios da capital maranhense pulou de 10,6 mortes a cada 100 mil pessoas, em 2002, para 44,1 a cada 100 mil em 2012; armas de fogo matam 116 por dia no país

OSWALDO VIVIANI*

Levantamento do Mapa da Violência 2015 “Mortes Matadas por Armas de Fogo”, divulgado na quarta-feira (13), mostra que São Luís teve o maior aumento (de 316%) entre as taxas de homicídio das capitais do país (de 10,6 mortes a cada 100 mil pessoas, em 2002, aumentou para 44,1 a cada 100 mil em 2012). A capital maranhense ocupa o 8º lugar no ranking nacional.

Fortaleza ficou no segundo posto, com aumento na taxa de homicídios de 283,6%.

Em números absolutos, São Luís teve 96 assassinatos em 2002 (51 destes, jovens entre 15 e 29 anos) e 458 (294 jovens) em 2012.

O estudo foi divulgado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Os dados do levantamento, realizado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, são do Subsistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. O SIM é baseado nas declarações de óbito expedidas no país, contendo local e características das vítimas, como idade, cor e gênero.

Brasil – Um total de 42.416 pessoas morreu em 2012, vítima de armas de fogo no Brasil, o que equivale a 116 mortos por dia. Deste total, 94,5% foram mortes por homicídio (o restante engloba mortes acidentais, por suicídio ou em circunstâncias indeterminadas).

Alagoas foi o estado com a maior taxa de homicídios – 55 óbitos para cada 100 mil habitantes. Roraima, com 7,5, apresentou a menor.

O Maranhão teve aumento de 273,2% na taxa de mortes por assassinatos (4,9 a cada 100 mil pessoas, em 2002, para 18,4 para cada 100 mil habitantes em 2012). O estado ocupa o 18º posto no ranking nacional.

Em números absolutos, segundo Mapa da Violência, o Maranhão teve 286 homicídios, em 2002 (124 destes, jovens entre 15 e 29 anos), contra 1.235 (697 destes, jovens), em 2012.

Conforme o levantamento, que é realizado desde 1980, a taxa de mortalidade por armas de fogo foi a segunda mais alta do país na série histórica: 21,9 óbitos para cada 100 mil habitantes. A maior taxa já registrada foi em 2003, de 22,2 mortes para cada 100 mil habitantes.

Já a taxa de homicídios com armas de fogo, que em 2012 atingiu 20,7 para cada 100 mil habitantes, foi a mais alta já registrada.

Segundo o estudo, que separa os dados dos homicídios por faixa etária, os jovens de 19 anos são as principais vítimas, com 62,9 mortes para cada 100 mil habitantes. Em seguida vêm os de 20 anos, com 62,5 mortes para cada 100 mil habitantes.

De 1980 a 2012, foram 880.386 mortes por armas de fogo no Brasil. Destas, 747.760 pessoas foram assassinadas — aumento de 556,6% no período.

Jovens – Os jovens são as maiores vítimas das mortes por armas de fogo no Brasil. De 42.416 óbitos em 2012, 24.882 foram de pessoas entre 15 e 29 anos (59%).

A taxa de mortalidade de jovens por armas de fogo era mais do que o dobro da geral nacional: 47,6 para cada 100 mil habitantes. A taxa e o número absoluto de jovens mortos são os mais altos já registrados pelo levantamento.

Estados e regiões – De 2002 a 2012, a região Sudeste teve queda de 39,8% na taxa de mortes por armas de fogo. As principais quedas foram nos estados de São Paulo (- 58,6%) e Rio de Janeiro (- 50,3%).

No mesmo período, as demais regiões tiveram aumento: Norte (135,7%); Nordeste (89,1%); Sul (34,6%) e Centro-Oeste (44,9%).

Capitais – Maceió apresentava a maior taxa de mortalidade por armas de fogo na população total, de 79,9; e Boa Vista, a menor, com 7,1. O município de Simões Filho, na Bahia, é o primeiro da lista na mortalidade geral e de jovens. Foram 130,1 óbitos para cada 100 mil habitantes. Entre os jovens, a taxa atingiu 314,4 óbitos pra cada 100 mil habitantes.

Perfil – Ainda segundo o estudo, em média, morreram proporcionalmente 285% mais jovens do que “não jovens” por assassinato praticado com armas de fogo.

Do total de mortes contabilizadas, 10.632 foram de brancos e 28.946, de negros. O número corresponde a 142% mais negros que brancos mortos por armas de fogo. Além disso, 94% das vítimas fatais eram do sexo masculino.

A divulgação do estudo foi feita em parceria da Secretaria Geral da Presidência da República, da Secretaria Nacional de Juventude, Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Unesco no Brasil (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais.

(*) Com portal G1

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