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Roseana se irrita e diz que Maranhão vai muito bem e está mais rico

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Marlene Bergamo/Folhapress

Com informações de CHICO DE GOIS – O Globo -O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reuniu-se nesta quinta-feira com a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, para discutir uma ação conjunta para tentar amenizar a situação nos presídios do estado, onde foram registradas 60 mortes de detentos. Em sua primeira aparição pública em entrevista depois que criminosos atearam fogo em ônibus, causando a morte de uma menina de seis anos, a governadora disse que foi pega de surpresa pelas atrocidades e fez uma análise curiosa para justificar o aumento da violência no estado e nos presídios: para ela, isso vem ocorrendo porque o Estado, um dos mais pobres do país, está ficando rico.

– O Maranhão está atraindo empresas e investimentos. Um dos problemas que está piorando a segurança é que o Estado está mais rico, o que aumenta o número de habitantes – justificou a governadora.

Roseana Sarney (PMDB), disse que, apesar dos alertas feitos desde 2008, foi pega de surpresa com a crise no sistema prisional que resultou na morte de 62 presos desde o início de 2013.

De acordo com a governadora, sua administração investiu em novas unidades prisionais e na melhoria ao atendimento ao preso.

– Nosso sistema de saúde é muito bom para os presos – afirmou, para complementar: – Nosso presídio feminino é um exemplo para todo o Brasil.

Ao ser perguntada sobre a intenção do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de pedir a intervenção no Estado por conta da violência, Roseana afirmou que não acredita nessa hipótese e passou a enumerar uma série de obras e ações que sua gestão tem feito.

– Eu não acredito que ele vá pedir a intervenção porque estou cumprindo meu dever. O Maranhão está indo muito bem. Talvez seja o único estado do Brasil que vai ter todas as suas cidades interligadas por asfalto.

Ela se irritou quando uma repórter perguntou ao ministro José Eduardo Cardozo por que a presidente Dilma Rousseff e mesmo ele não haviam se manifestado até o momento sobre os problemas no estado administrado pelo clã Sarney.

José Eduardo disse que o governo se manifesta de forma concreta e procura ajudar Estados administrados pela oposição e por políticos que apoiam o governo. Mas Roseana, exaltada, disse que não é certo falar em família.

– Não existe família. Eu sou a governadora. Quem manda aqui não é a família, sou eu. Vocês querem penalizar a família, mas eu, Roseana, sou a responsável pelo que acontece no Maranhão – afirmou, sendo aplaudida por parte da mídia que apoia seu governo.

As ações anunciadas pelo ministro da Justiça e pela governadora, porém, não têm um impacto imediato – exceto pela transferência de presos para penitenciárias federais, que José Eduardo recusou-se a dizer quando se dará, quantos serão transferidos e para onde.

Entre as ações está prevista a criação de um comitê de gestão, comandado por Roseana, mutirão da Defensoria Pública para ver os presos que podem deixar os cárceres, interligação do sistema de inteligência, criação de um núcleo de atendimento prisional, melhoramento no atendimento à saúde, capacitação de policiais e implantação de alternativas penais e monitoramento eletrônico.

Irritada

Ao lado do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) para falar sobre a crise no sistema penitenciário do Maranhão, a governadora Roseana Sarney (PMDB) ficou irritada com uma pergunta sobre a família Sarney.

Antes de ser interrompida por Roseana, a Folha questionava o ministro da Justiça sobre o silêncio da presidente Dilma Rousseff sobre as mortes de presos no Estado e se essa atitude tem relação com a aliança política do PT e do Planalto com o PMDB e a família Sarney.

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“[Interrompendo a pergunta] olha, a família, só um minuto, ministro. Quero dizer uma coisa a vocês: isso não existe como família. Eu sou a governadora, eu sou Roseana Sarney. Meu sobrenome é Sarney. Mas eu sou uma pessoa que tenho passado, presente e, se Deus quiser, terei futuro.”

A governadora completou, em tom de desabafo: “Isso não é a família. E quem está mandando aqui não é a família. Quem está no governo sou eu, que fui eleita em primeiro turno pelo povo maranhense. Assim como representei o Maranhão no Congresso Nacional. Fui deputada e senadora”.

E concluiu, para aplausos de assessores presentes na entrevista, no palácio do governo: “Então, vocês querem o quê? Querem penalizar a família? Não. Se vocês tiverem de penalizar alguém, eu, Roseana, governadora do Maranhão, sou a responsável pelo o que acontecer no nosso Estado. Muito obrigada”. (Folha de São Paulo)

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