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Roseana Sarney recebeu propina nas dependências do Palácio dos Leões

006Blog Marrapá– De acordo com a edição da semana da Revista Veja, Rafael Ângulo Lopez, empregado do doleiro Alberto Youssef, pagou R$ 900 mil em propina a governadora Roseana Sarney nas dependências do Palácio dos Leões.

Usando de sua habilidade de esconder dinheiro no corpo, ele veio três vezes ao Maranhão, carregando R$ 300 mil de cada vez. A bolada foi entregue ao ex-chefe da Casa Civil, dentro da sede do executivo estadual.

Rafael Ângulo é considerado uma testemunha capaz de ajudar a fisgar em definitivo alguns figurões envolvidos no escândalo da Petrobras. A Veja apurou que o entregador já se ofereceu para fazer um acordo de delação premiada, a exemplo do seu ex-patrão.

capaRoseana Sarney aparece no escândalo da Operação Lava Jato desde a deflagração da operação, em março passado. Não por acaso, Alberto Youssef foi preso pela Polícia Federal no Hotel Luzeiros. De acordo com os depoimentos colhidos pela polícia, para liberar o pagamento do precatório de R$ 120 milhões da Constran, o governo do Maranhão teria exigido R$ 6 milhões em propina. Cabia a Youssef confirmar o acordo.

Roseana ainda é citada como beneficiária de propina no depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que também fez acordo de delação premiada com a justiça. Sem foro privilegiado, a filha do oligarca José Sarney pode ser presa a qualquer momento.

A reportagem também detalha as remessas de dinheiro feitas para João Vacarri Neto, Fernando Collor, Mário Negromonte, Luiz Argolo, Nelson Meurer e André Vargas.


Petrolão: políticos recebiam a propina em domicílio

Depois de tantas revelações sobre engenharias corruptas complexas de sobrepreços, aditivos, aceleração de obras e manobras cambiais engenhosas, a Operação Lava-Jato produziu agora uma história simples e de fácil entendimento. Ela se refere ao que ocorre na etapa final do esquema de corrupção, quando dinheiro vivo é entregue em domicílio aos participantes. Durante quase uma década, Rafael Ângulo Lopez, esse senhor de cabelos grisalhos e aparência frágil da fotografia acima, executou esse trabalho. Ele era o distribuidor da propina que a quadrilha desviou dos cofres da Petrobras. Era o responsável pelo atendimento das demandas financeiras de clientes especiais, como deputados, senadores, governadores e ministros. Braço-direito do doleiro Alberto Youssef, o caixa da organização, Rafael era “o homem das boas notícias”. Ele passou os últimos anos cruzando o país de Norte a Sul em vôos comerciais com fortunas em cédulas amarradas ao próprio corpo sem nunca ter sido apanhado. Em cada cidade, um ou mais destinatários desse Papai Noel da corrupção o aguardavam ansiosamente.

Os vôos da alegria sempre começavam em São Paulo, onde funcionava o escritório central do grupo. As entregas de dinheiro em domicílio eram feitas em endereços elegantes de figurões de Brasília, Recife, Porto Alegre, Curitiba, Maceió, São Luís. Eventualmente ele levava remessas para destinatários no Peru, na Bolívia e no Panamá. Discreto, falando só o estritamente necessário ao telefone, não deixou pistas de suas atividades em mensagens ou diálogos eletrônicos. Isso o manteve distante dos olhos e ouvidos da Polícia Federal nas primeiras etapas da operação Lava-Jato. Graças à dupla cidadania — espanhola e brasileira —, Rafael usava o passaporte europeu e ar naturalmente formal para transitar pelos aeroportos sem despertar suspeitas. Ele cumpria suas missões mais delicadas com praticamente todo o corpo coberto por camadas de notas fixadas com fita adesiva e filme plástico, daqueles usados para embalar alimentos. A muamba, segundo ele disse à polícia, era mais fácil e confortável de ser acomodada nas pernas. Quando os volumes era muito altos, Rafael contava com a ajuda de dois ou três comparsas.

A rotina do trabalho permitiu que o entregador soubesse mais do que o recomendável sobre a vida paralela e criminosa de seus clientes famosos, o que pode ser prenúncio de um grande pesadelo. É que Rafael tinha uma outra característica que poucos sabiam: a organização. Ele anotava e guardava comprovantes de todas as suas operações clandestinas. É considerado, por isso, uma testemunha capaz de ajudar a fisgar em definitivo alguns figurões envolvidos no escândalo da Petrobras. VEJA apurou que o entregador já se ofereceu para fazer um acordo de delação premiada, a exemplo do seu ex-patrão.

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