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Roseana Sarney deixa governo de forma melancólica

Roseana deprê blog John Cutrim

Por Wilson Lima – iG Brasília

Derrotados nas urnas nas eleições de outubro, governadores de Estados como Distrito Federal, Maranhão, Rio Grande do Norte e Tocantins chegam ao final do mandato de forma melancólica, sob crises administrativas e falhas graves de gestão.

Há casos de suspensão de pagamento de fornecedores, de funcionários, demissão em massa.

No Maranhão, a governadora Roseana Sarney (PMDB) também se despede de forma melancólica. Está previsto para esta quarta-feira, logo de manha cedo, a renúncia da filha do senador José Sarney.

Nas últimas semanas, cerca de 320 servidores da Casa Civil foram exonerados e, na semana passada, a filha do senador José Sarney iniciou uma série de inaugurações de obras inacabadas com o intuito de não gerar um “bônus político” ao seu sucessor, o ex-presidente da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) Flávio Dino (PCdoB). Dino derrotou, em primeiro turno, o candidato da família Sarney, Edison Lobão Filho (PMDB).

Dois exemplos de obras inacabadas entregues por Roseana no apagar das luzes foram duas avenidas: uma batizada de Joãozinho Trinta e a outra a IV Centenário. Em ambas, existem problemas como falta de iluminação, falta de calçadas e algumas das pontes estão ainda com parte da ferragem exposta. As duas avenidas demoraram seis anos para ficarem prontas e deveriam ter sido entregues até o final do ano passado.

Além disso, a própria Roseana Sarney não quer entregar a faixa de governador a Dino e vai renunciar ao mandato ainda nesta semana, provavelmente nesta terça-feira. A pessoas próximas, Roseana tem classificado como “humilhante” o fato de ter que passar a faixa diretamente para alguém que tenha derrotado o grupo Sarney nas urnas. Oficialmente, o governo estadual admite que foram inauguradas apenas as vias públicas e que outras melhorias ocorreram futuramente.

A governadora Roseana Sarney (PMDB) não entregou sua carta de renúncia na manhã desta terça-feira, como havia anunciado, e marcou uma extensa agenda de inaugurações e vistorias de obras para ser cumprida até o fim da tarde. Roseana não informou os motivos da mudança de planos e nem a eventual nova data da renúncia, caso ainda ocorra. Inicialmente, a governadora tinha planos de se afastar não só do governo do Maranhão, mas também do estado, tirando férias de três meses na Flórida (EUA).

O adiamento da renúncia de Roseana gerou especulações e expectativas no meio político maranhense. Até o início da noite de ontem, o presidente da Assembleia Legislativa do estado, Arnaldo Melo (PMDB), estava certo de que realizaria uma sessão histórica, nesta terça, para receber a carta de renúncia da governadora. O documento seria levado ao plenário pelo próprio presidente da Casa, que, após a leitura, assumiria interinamente o mandato de governador até o dia 31 de dezembro. A presidência do Poder Legislativo seria passada, então, para o vice-presidente Max Barros (também do PMDB).

Essa foi a segunda “renúncia à renúncia” de Roseana, que, ao decidir sair do governo antes do último dia do mandato, evita passar a faixa para seu sucessor, Flávio Dino (PC do B), que derrotou seu candidato Lobão Filho (PMDB) nas urnas em outubro, no primeiro turno, com 63,52% dos votos. A primeira data anunciada pela governadora para deixar o cargo foi no dia 5 deste mês.

ROSEANA TERIA RECEBIDO PROPINA

Roseana Sarney foi citada pela contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza, em depoimentos à Polícia Federal e à CPMI da Petrobras, que revelou um suposto pagamento de propina à governadora por conta do pagamento de precatórios do governo do Maranhão à Constran. Poza afirmou ter se reunido, juntamente com Youssef, com o então secretário da Casa Civil do Maranhão, João Guilherme Abreu. O interesse da Constran era receber R$ 123 milhões em precatórios.

Segundo a contadora, ficou acertado o pagamento de propina de R$ 6 milhões, por conta de um acerto para parcelamento dos precatórios em 24 vezes. Uma das remessas foi levada por Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte. O valor foi de R$ 300 mil. A pessoa que recebeu o dinheiro teria reclamado da quantia e consultado a governadora Roseana para saber se o montante deveria ser recebido.

“Adarico esteve no meu escritório depois da prisão do Alberto. Ele disse que foi ao Maranhão levar o dinheiro e que a pessoa afirmou que era pouco. Ela então teria entrado em contato com a governadora para saber se ela concordaria em receber os R$ 300 mil, e ela teria concordado”, disse a contadora. (Com informações de Oswaldo Viviane, em O Globo)

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