Desde que foi iniciado o governo itinerante, o titular do blog sempre teve curiosidade de saber o que a governadora Roseana Sarney anda dizendo e fazendo nessas visitas pelo interior do estado, além da entrega de sementes e máquinas retroescavadeiras do governo federal. Pois bem, tivemos acesso ao áudio de um dos discursos proferido pela governadora semana passada, em um município do interior.

No discurso que o blog disponibiliza logo abaixo, verifica-se a dificuldade enorme da governadora em pronunciar o que está escrito no papel. Prova de que desconhece o próprio governo, Roseana chega a atrapalhar-se algumas vezes, fazendo confusão com as palavras.

Em determinado trecho, a governadora diz que a refinaria Premium I da Petrobras em Bacabeira “vai retomar”, confirmando a tese que o empreendimento está estagnado.

O ponto alto do pronunciamento da filha do senador José Sarney foi afirmar que o “Maranhão atravessa uma fase muito boa”. “É um estado que não tem corrupção, que trabalha pelo seu povo, um dos melhores da federação”, disse ela, com a maior cara de desânimo e sem nenhuma empolgação. Segundo Roseana, o estado está equilibrado financeiramente.

Só esquece a Sarney que o tal ‘equilíbrio’ foi à custa do endividamento do estado, com cerca de R$ 5 bilhões em empréstimos somente nessa gestão.

Outro detalhe intrigante é que Roseana não cita uma obra do governo, resumindo as ações do ‘melhor governo’ da sua vida a apenas em projetos em curso.

O blog tomou conhecimento ainda que neste mesmo dia o comentário entre os prefeitos presentes e lideranças políticas locais era quanto à debilidade da saúde da governadora. A apatia era grande em Roseana.

Diziam também que era consenso que estavam fechados com o candidato do grupo Sarney, contudo na eleição do próximo ano iria prevalecer o sentimento de mudança da população, onde nem o poderio econômico, segundo eles, poderia influenciar.

O Maranhão maravilha de Roseana que não existe

De acordo com discurso de posse proferido pela governadora Roseana Sarney em 2009, a Refinaria Premium de Bacabeira estaria funcionando em 2014, 237 mil novos empregos seriam criados, os estudantes poderiam contar com o Bolsa Universidade, as escolas do Estado funcionariam em tempo integral (além de não ter nenhuma em funcionamento, ainda vetou o projeto que tratava da criação) e as pessoas poderiam dormir de portas e janelas abertas.

Seria o ‘melhor governo’ da sua vida.

Não é bem isso que acontece no Maranhão no quarto mandato de Roseana Sarney e de quase meio século de domínio da oligarquia Sarney no Maranhão.

O Maranhão, infelizmente, continua liderando todos os piores índices socioeconômicos. Abaixo, o blog selecionou índices que Roseana Sarney não fala nos seus discursos pelos municípios maranhenses afora.

O estado do Maranhão apresenta o menor Produto Interno Bruto (PIB) per capita no Brasil. O Estado possui o menor índice de desenvolvimento social, de acordo com o Indicador Social de Desenvolvimento dos Municípios (ISDM), da FGV-SP. Tem a média mais baixa, com ISDM de 3,35, numa escala que varia de 0 a 10. O Maranhão tem proporcionalmente a maior concentração de pessoas em condições extremas de pobreza. Da população de 6,5 milhões de habitantes, 1,7 milhão está abaixo da linha de miséria (ganham até R$ 70 por mês). Isso representa mais que o triplo da média do país, segundo o IBGE. No quesito Educação, das 10 escolas com piores índices no Enem, cinco são instituições públicas do Maranhão. Em último lugar de todo o Brasil, aparece o Centro de Ensino Aquiles Lisboa, no município de São Domingos do Azeitão, que fica na região sul. Acumulamos ainda outro dado negativo no cenário nacional, somos o último colocado na distribuição de médicos, com 0,68 médicos para cada mil habitantes, ficando abaixo da média nacional que é de 1,95 médicos para cada mil habitantes. Na área de saneamento básico, somos um dos estados com pior rede de tratamento de esgotos do Brasil (relatório IBGE). O recente Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o Maranhão segue integrando o grupo dos estados brasileiros que apresentam os indicadores sociais mais sofríveis. A taxa de mortalidade infantil (número de crianças mortas no primeiro ano de vida, em mil nascidas vivas) ainda é alta. Para completar o Maranhão tem ao lado de Alagoas os maiores índices de analfabetismo do país, de 17,3% a 21,8%, e um dos piores índices de emprego e desemprego segundo o Caged. Em 2012 o Maranhão apresentou o menor índice de criação de empregos. Nos quatro primeiros meses de 2013, o Maranhão registrou um saldo negativo de 3.648 empregos. No mês de abril, os desligamentos somaram -736 (-0,16%). Na segurança são assassinatos, roubos, assaltos pela manhã, tarde e noite.