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O Maranhão agradece! Roseana de mudança do Palácio dos Leões

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Imagem: Elinalva Cardoso

Ao renunciar hoje ao cargo de governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB) deixa também um lista extensa de problemas que não foram resolvidos ao longo de seu quarto mandato, como alguns dos piores índices sociais do país, crescimento da violência, caos prisional e o maior número de pessoas vivendo abaixo da linha pobreza.

Com a presença do pai José Sarney na plateia, a governadora do Maranhão Roseana Sarney entregou, às 8h58 (horário local) desta quarta-feira (10), a carta de renúncia ao governo do Estado. A cerimônia ocorreu no Palácio dos Leões, sede do Executivo, em São Luís. Roseana foi governadora do Maranhão por quatro gestões. Com a saída dela, o governo será assumido pelo deputado estadual Arnaldo Melo (PMDB), presidente da Assembleia Legislativa, que fica no cargo até o dia 1º de janeiro de 2015. Isso ocorre porque o vice-governador, Washington Oliveira, renunciou ao cargo, no final do ano passado, para assumir uma vaga no Tribunal de Contas do Estado.

Roseana frustou todos os maranhenses que acreditavam que ela poderia fazer o melhor governo da sua vida, pelo contrário, sua administração foi um fracasso, sem alcançar as metas estabelecidas e um desastre em quase todas as áreas.

Abaixo, o blog publica o triste legado deixado por Roseana Sarney e seu grupo político em mais de quatro décadas de desgoverno, marcado pela incompetência, letargia, inoperância, corrupção e modelo de gestão arcaico, ultrapassado e retrógrado.

A ‘herança’ de Roseana (Fonte: UOL)
  •  Estado com mais miseráveis

    Assim como todo o país, o Maranhão reduziu o número de pessoas miseráveis desde 2004. Mesmo assim, segundo o Ipea, em 2013 eram 1.174.693 pessoas que viviam abaixo da linha da pobreza no Estado, ou 17,3% da população. A média é a maior entre os Estados e três vezes a nacional, de 5,2%

  •  Violência explode

    Nos últimos anos, o Maranhão viveu uma explosão de violência. Entre 2002 e 2012, a taxa de homicídios cresceu 162%, chegando a 26 por cada 100 mil habitantes –ainda menor que a média nacional, que é de 29 por 100 mil–, segundo dados do Mapa da Violência 2014. Nessa década, o Maranhão foi o terceiro Estado com maior crescimento período, atrás apenas de Rio Grande do Norte e Bahia

  •  Caos prisional

    No inicio de 2014, o mundo conheceu a barbárie no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. Em 2013, foram 60 mortes, algumas com decapitações. Nenhum Estado teve tantas mortes como somente registrou Pedrinhas. Neste ano, já foram 19 assassinatos dentro do complexo

  •  Líder em mortalidade infantil

    Na última década, o Maranhão ultrapassou Alagoas na “disputa” pela lanterna em relação à mortalidade infantil. O Estado, segundo o estudo Tábua da Vida do IBGE, teve a maior taxa em 2013: 24,7 por mil nascidos vivos. A mortalidade na infância também é maior no Maranhão: 28,2 por mil

  •  Maior deficit habitacional

    O Maranhão tem o maior deficit habitacional do país entre todos os Estados. Em 2008, quando Roseana assumiu pela segunda vez o mandato de governadora, após a cassação de Jackson Lago (1934-2011), taxa de pessoas sem moradia era de 25,2% em relação a todos os domicílios. Em 2012?dado mais recente– essa taxa caiu para 21,2%

  •  Pior acesso à Justiça

    Os moradores do Maranhão têm o pior acesso do país à Justiça, de acordo com estudo divulgado pelo Ministério da Justiça no final do ano passado. O índice leva em conta o número de profissionais, como advogados, defesa pública e juízes. Também se leva em conta o IDH. Boa parte disso se deve à falta de defensores públicos, que só atuam em uma a cada quatro municípios do Estado

  •  Menor expectativa de vida

    O Maranhão também é o local onde se vive menos no Brasil. O Estado é o único em que a expectativa de vida não chega aos 70 anos e ficou, em 2013, em 69,7 anos. No Brasil, essa taxa, em 2013, era de 74,9 anos. Entre os homens, a expectativa era ainda menor no Maranhão: 66 anos. Já entre as mulheres, essa esperança chega a 73,7 anos

  •  Renda é menos de 40% da média brasileira

    Os maranhenses têm a pior rendimento entre os Estados, conforme indica o IDH Renda. O Estado também é o segundo pior PIB (Produto Interno Bruto) per capita do país, segundo dados das Contas Regionais, do IBGE. Os maranhenses, em 2012, tinham PIB per capita de R$ 8.760,34, à frente apenas do Piauí (R$ 8.137,51). No Brasil, a renda per capita é quase três vezes maior que a maranhense: R$ 22.645,86

  •  Menos médicos no país

    Sem conseguir atrair ou forma mais profissionais, dados do CFM (Conselho Federal de Medicina) mostram que o Maranhão é o Estado brasileiro com o maior índice de habitantes por médico – com 5.390 profissionais para 6.794.301 habitantes. A média é de um médico para cada 1.260 pessoas –mínimo recomendado pela ONU é de pelo menos um para cada 1.000 pessoas

  •  Educação ainda engatinha

    A PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 2013, do IBGE, apontou que o Maranhão é o segundo Estado com o maior número proporcional de analfabetos, com 19,9% do total da população sem saber ler ou escrever. O Estado estava à frente apenas de Alagoas (que teve taxa de 21,7%)

    Sem motivos políticos

    A governadora Roseana Sarney afirmou que a renúncia não ocorre por motivos políticos, como foi especulado. “Estou encaminhando a minha carta de renúncia, que faço por motivos estritamente pessoais, sem ordem política ou qualquer outro interesse. Mas não digo adeus. Aqui é minha terra, o povo do Maranhão é minha família. Assim como o dia se despede da noite, eu me despeço de ti”, afirmou, citando ainda que “saio com a certeza do dever cumprida, com esperança renovada porque construímos um Maranhão mais forte e de muitas oportunidades.”

    Mais cedo, a Secretaria de Comunicação do Maranhão divulgou nota informando que a renúncia de Roseana ocorreu por “recomendações médicas”.

    A agora ex-governadora também fez um balanço de sua última gestão, que durou seis anos, no discurso final. “O Maranhão é um novo Estado. Onde se anda é uma obra, é trabalho e progresso. Basta ver nossa capital. É uma cidade moderna, dinâmica, que cresce a cada dia. Não posso deixar de dizer sobre nossa vocação de progresso”, disse.

    Para Roseana, o Maranhão é um exemplo de desenvolvimento para o país, visto as taxas de crescimento do Estado acima da média nacional.

    “Alinhamos uma política agressiva de desenvolvimento econômico e combate à pobreza. O resultado está aí: nos últimos cinco anos o Maranhão foi um dos que mais desenvolveram, e os indicadores sociais só tem melhorado. Em pouco tempo, o Maranhão voltou a trilhar novo caminho de crescimento, sustentando na confiança e credibilidade do governo”, pontuou.

    A governadora também citou que entre 2009 e 2012 a participação do Estado no PIB (Produto Interno Bruto) nacional subiu de 1,23% para 1,34%.

    “Crescemos a um taxa média de 10% ao ano. Todas as nossas cidades estão ligadas com asfalto. As condições para que o Maranhão cresça mais estão postas.  Os investimentos privados, somados aos investimentos do governo em infraestrutura, saúde, educação, ciência, segurança e combate à pobreza transformaram a vida dos maranhenses”, alegou.

    Sem falar com a imprensa na saída, Roseana afirmou que sua gestão ficou marcada por não perseguir ninguém durante o seu governo. “Durante toda minha vida pública nunca persegui ninguém. Sempre mantive um clima de cordialidade com meus adversários, que nunca tratei como inimigos. Aprendi que a liberdade cresce na divergência”, informa o jornalista Carlos Madeiro.

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