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Roseana dará ordem de serviço para avenida que ligará shoppings dos Sarney e passará por cima de uma reserva ambiental e de um sítio arqueológico

Vista do canteiro de obras da Via Expressa que fica dentro do Sítio Santa Eulália bem em frente ao shopping Jaracaty de Sarney

A governadora Roseana Sarney se programa para assinar nesta sexta-feira, às 10 horas, a ordem de serviço para a construção da Via Expressa, avenida com seis pistas e 9 km de extensão que já foi batizada nas redes sociais de Via Shopping a Shopping, por interligar os três principais shoppings da capital maranhense.

Os motivos do batismo são claros: a avenida começa bem em frente ao shopping Jaracaty (de co-propriedade do senador José Sarney, conforme sua declaração à Justiça Eleitoral), passa ao lado do São Luís Shopping (de quem o marido da governadora, Jorge Murad, é tido como sócio até hoje) e termina justamente ao lado do futuro Shopping da Ilha.

A futura via já teria até mote de campanha publicitária, segundo publicou recentemente uma coluna do Jornal Pequeno: “Se você quiser se endividar no tour de compras mais badalado da cidade, de forma rápida, sua melhor opção é a avenida shopping by shopping. Saída do Shopping Jaracaty, com escala no São Luís Shopping e destino no novíssimo Shopping da Ilha.

Só que o que poucos sabem (ou fingem que não sabem), na verdade, é que o projeto que está sendo divulgado em exaustão na mídia da oligárquica vai rasgar ao meio nada mais nada menos que o Parque Ambiental Santa Eulália. A reserva, cuja área foi criminosamente devastada no final da década de 80 pelo então governador Epitácio Cafeteira com a promessa de construir casas populares, teve de ser reflorestada após fortes manifestações de ambientalistas, por ser uma das principais áreas de recarga de águas pluviais da cidade.

E, como se não bastasse, a obra também está programada para mandar para o espaço boa parte da Vila Vinhais Velho, segundo denunciaram revoltados os moradores da comunidade – que surgiu na época da fundação de São Luís, a partir de uma aldeia indígena e onde fica situada a segunda igreja mais antiga da capital Patrimônio da Humanidade. Fato que pode colocar em xeque o título concedido pela Unesco.

A área também guarda segredos de um sítio arqueológico de extrema significância histórica, e que corre o sério risco de desaparecer por conta de uma obra que não deixou claro para a sociedade os impactos ambientais, sociais e culturais que ocasionará. Um presente de grego e tanto para os 400 anos de São Luís e para aquela gente simples que terá suas casas desapropriadas, sem nenhum um projeto decente de remanejamento.

E a pergunta que não quer calar: cadê o tão ‘atuante’ Ministério Público Ambiental, que não deu um pio sobre a nova devastação do Sítio Santa Eulália? Com a palavra o promotor Fernando Barreto.

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