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Roberto Rocha diz que vai pedir ajuda da PF na investigação sobre eventual fraude na eleição do Senado

O corregedor do Senado, senador Roberto Rocha (PSDB-MA), disse neste domingo (17) que vai pedir nesta semana à Polícia Federal auxílio nas investigações sobre eventual fraude na eleição para presidente da Casa.

De acordo com Rocha, o pedido será feito por meio de ofício que ele deve entregar na segunda-feira (18) ou na terça-feira (19) ao ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Durante apuração de votos na eleição do Senado, realizada no dia 2 de fevereiro, foi constatado que havia 82 votos na urna – um a mais que o número total de senadores – o que levantou a suspeita de fraude.

Segundo as regras da eleição, senadores deveriam registrar o voto na cédula, colocar dentro de um envelope e, em seguida, depositá-lo em na urna. Na hora da verificação, havia 80 envelopes, cada um com um voto, e duas cédulas, com um voto cada, fora de envelopes.

Com isso, nova votação foi realizada. Foi eleito para presidente do Senado o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP). As cédulas da primeira votação foram trituradas.

Rocha se reuniu com Alcolumbre neste domingo para tratar das investigações sobre o caso.

A pedido de Alcolumbre, a corregedoria do Senado, comandada por Rocha, já havia aberto uma investigação para apurar eventual fraude.

Os dois se reuniram neste domingo para um café da manhã na casa do corregedor. No encontro, ficou acertado que o Senado pedirá ajuda à PF para periciar as imagens dos 81 senadores votando. Serão analisadas as filmagens do momento em que os envelopes foram colocados nas urnas.

De acordo com o corregedor, os recursos tecnológicos da PF contribuirão para uma maior exatidão na análise de cerca de 10 gravações que não ficaram nítidas. O objetivo é dar maior definição nas imagens que registaram o momento em que os 81 votos foram depositados na urna.

“Pedi para o ministro da Justiça, ao Sérgio Moro, que recomendasse a Polícia Federal a auxiliar a Policia Legislativa, para fazer a perícia das imagens. Vamos dar amanhã ou depois de amanhã esse encaminhamento”, afirmou Rocha.

“A Ilha de edição do Senado não é como a da polícia, investigativa, em que o zoom é bem melhor. A PF tem recursos 1 bilhão de vezes melhor”, completou.

A corregedoria investiga filmagens fornecidas pela TV Senado e por câmeras de segurança da Polícia Legislativa.

Além dessas filmagens, foi solicitado que os gabinetes dos 81 senadores enviem fotos do dia da eleição. A Secretaria de Comunicação do Senado já encaminhou 11 mil fotografias, de acordo com o corregedor.

Para ajudar no trabalho, o senador disse que solicitou a ajuda de servidores da Casa, o que já foi autorizado por Alcolumbre.

Pedido de sigilo

Rocha disse ter pedido ao ministro Sérgio Moro que oriente a PF a não vazar informações sobre as investigações.

De acordo com o corregedor, trata-se de uma apuração “sensível” e que não deve ser tratada com “espetacularização”.

“Pedi a ele que orientasse a PF, que não dê nenhuma espetacularização a esse caso. Estamos cuidando de uma investigação que não é simples, é muito sensível. Pedi ao ministro que orientasse a PF, que não vazasse informações”, afirmou Rocha.

Ainda conforme o corregedor, as imagens de todos os 81 votos, incluindo o próprio e o do presidente da casa, serão periciadas para evitar que sejam levantadas suspeitas sobre determinados senadores.

Além da análise de imagens, serão ouvidos servidores, secretários e os senadores que estavam na Mesa Diretora no momento da eleição.

Caso as investigações concluam pelo envolvimento de algum servidor, as apurações serão remetidas ao Ministério Público e à diretoria geral do Senado para abertura de procedimento administrativo.

Se algum senador for responsabilizado, o caso vai para o Conselho de Ética do Senado, que pode abrir um processo. G1

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