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Revenge

Não desmintam. Nada mais incomoda deputados que secretários em busca de mandatos eletivos. E pouco importa se esses deputados fazem parte do governo ou da oposição. O anúncio da candidatura de um secretário soará sempre nos ouvidos dos parlamentares como uma ameaça a seu mandato. E se os deputados são do governo, escarnecem nos bastidores o uso da máquina e os favores do governante a seus novos adversários.

No atual jogo da sucessão, calcula-se que pelo menos 18 secretários se desincompatibilizam para conquistar um mandato de deputado estadual e federal. Cobras e lagartos são ditas em off contra auxiliares acusados de invadir redutos eleitorais, ganhar prefeituras em troca de realizações das secretarias nos municípios e convênios não muito republicanos e por ordem de quem governa. Os deputados se sentem no meio de uma disputa desvantajosa e sem recursos para enfrentar candidaturas abençoadas pelo Poder Executivo e com muito mais lastro junto aos financiadores de campanhas.

Tantas candidaturas podem provocar cisões irreparáveis na base governista, o que já se pode sentir até na disposição de muitos parlamentares de peitar a governadora Roseana Sarney e eleger indiretamente o presidente da Assembléia, Arnaldo Melo, para o mandato tampão prometido a Luís Fernando Silva. A bem da verdade, muitos deputados da base governista estão apenas no aguardo do ‘Dia do Fico’ para colocar a ‘boca no trombone’, ‘soltar os cachorros’ contra os novos candidatos que rondam seus redutos eleitorais.

E observe-se que, ficando Roseana Sarney no governo, o que deve ser decidido até o próximo sábado, há quem aposte numa Revenge contra os parlamentares que se dispuseram a atrapalhar o plano mirabolante que retirou Washington Luiz da vice-governadoria e pretendeu que o deputado Arnaldo Melo cedesse seu lugar na linha sucessória a algum politicamente mais íntimo da família Sarney. Não deu certo porque o presidente da Assembléia não arredou pé de seu direito e ameaça disputar com o candidato de Roseana a eleição indireta para governador. Se ela sair candidata ao Senado.

Nesse clima, não é muito confortável a situação político-eleitoral do governo, pois se a toda ação corresponde uma reação, a meio caminho da disputa eleitoral deputados governistas zangados com o desenvolvimento da campanha podem passar para o outro lado ou jogar, sorrateiramente, nos dois times.

Como se diz “a vingança é um prato que se come frio”, e os áulicos não cansam de repetir que o governo investirá toda sua força e poder para evitar a reeleição daqueles que considera traidores. Melhor para os secretários; pior para o Poder Legislativo do Maranhão. (Editorial do JP)

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