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PT avisa PSB que não abre mão de Haddad para o governo de São Paulo

O PT já avisou o PSB: não vai abrir mão da candidatura de Fernando Haddad ao governo de São Paulo no ano que vem. A retirada de Haddad em favor de Márcio França tem sido colocada como condição do PSB  para aceitar em seus quadros o ex-governador Geraldo Alckmin, sondado por Luis Inácio Lula da Silva para ser vice em sua chapa para a presidência da República.

Os petistas já vinham recusando essa hipótese, mas França ainda acreditava na possibilidade de um acordo. Nos últimos dias, ele foi comunicado em uma reunião fechada com aliados de Lula de que não adianta insistir.

O impasse complicou as negociações para a formação da chapa “Lulalckmin”, mas os aliados de Lula dizem que a aliança não depende da saída de Haddad da corrida eleitoral e apostam que o PSB vai acabar desistindo da exigência.

Na conversa com os petistas, na semana passada, França chegou a dizer que poderia se lançar para o Senado, mas nos últimos dias voltou a falar em tentar o governo do estado, o que levou os aliados de Lula a deixarem claro que o partido não abrirá mão da candidatura de Haddad.

Não que o governo do estado fosse a primeira opção do ex-ministro da Educação e ex-candidato a presidente pelo PT.  Haddad sempre disse aos mais próximos no PT que preferia ser ministro em um eventual governo Lula. Mas nos últimos dias seus interlocutores afirmam que ele fará o que for melhor para o partido.

Alckmin deve deixar o PSDB em breve, mas não decidiu seu destino em 2022. Ele avalia ser candidato a vice na chapa de Lula ou disputar o governo de São Paulo. Só que a legenda para a qual ele irá vai depender dessa escolha.

Caso prefira concorrer ao governo estadual, Alckmin pode aceitar o convite do PSD de Gilberto Kassab. Mas como o pré-candidato do PSD à presidência é o senador Rodrigo Pacheco, não há espaço na legenda para a composição de uma chapa com Lula e Alckmin.

Além do apoio do PT à candidatura de França em São Paulo, o PSB reivindica que o partido de Lula apoie seus candidatos em cinco disputas estaduais: Marcelo Freixo, no Rio de Janeiro, Renato Casagrande, no Espírito Santo, Beto Albuquerque, no Rio Grande do Sul, Jenilson Leite, no Acre, e o candidato em Pernambuco, que não está definido.

Lideranças do PT encarregadas por Lula de conduzir as costuras com o PSB, porém, dizem que não há nenhuma decisão quanto a essas disputas locais.

Os petistas dizem que, além de estarem exigindo mais do que podem, a atitude dos pessebistas é ofensiva a Geraldo Alckmin. “Você iria querer se filiar a um partido aonde não te querem?”, me perguntou um desses interlocutores.

Independentemente disso, as negociações entre os dois partidos e o ex-governador paulista tem um longo caminho até uma definição. Até porque o prazo final para a montagem da chapa é o final de março, e antes disso muita coisa pode acontecer.

Além da entrada de Alckmin na legenda, os dois partidos estão negociando a montagem de uma federação para as eleições de 2022. Numa federação, as legendas se unem por um período de até quatro anos como se fossem uma só. Os deputados federais do partido são favoráveis a esse arranjo, que incluiria também PCdoB, PV, Psol e Rede.

Uma outra razão para o PT não ter decidido apoiar o PSB em alguns estados é a hipótese de ter candidato próprio competitivo – assim como em São Paulo, onde Haddad está com 17% das intenções de voto na última pesquisa Datafolha. Nessa mesma pesquisa, Marcio França tem 15%. Geraldo Alckmin aparece com 26% das intenções de voto.

Segundo lideranças que estão participando das conversas para a formação de alianças em 2022, o  PT considera ter nomes fortes em Pernambuco (a deputada Marília Arraes e o senador Humberto Costa), Rio de Janeiro (Rodrigo Neves, ex-prefeito de Niterói) e, no Sul, Manuela D’Ávila, que é do PC do B, mas já foi vice de Haddad em 2018. E não vai abrir mão deles antes da hora.  O Globo

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