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PROS lança o especialista em autoajuda Pablo Marçal como candidato a presidente

Vestido com a camisa da seleção brasileira e enrolado na bandeira verde e amarela, o mais novo integrante do páreo presidencial, o empresário Pablo Marçal, lançou sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto pelo PROS, em Barueri (SP), no início deste mês. Cristão fervoroso e protagonista de uma longa trajetória como coach, ele é desconhecido do mundo político, mas um fenômeno da internet. Acumula cerca de dois milhões de seguidores no Instagram.

— Nós estamos prontos para governar. Uma chuva nova vai cair sobre o Brasil — bradou o presidenciável durante o evento em Barueri.

Antes de mergulhar na corrida eleitoral, Marçal virou notícia ao capitanear um insucesso. Ele levou 60 pessoas em janeiro deste ano para subir o Pico dos Marins, em Piquete, no interior de São Paulo, sob péssimas condições climáticas. A experiência era parte de um curso de autoajuda que ele ministrava, com o título “O pior ano de sua vida”, nome com ares premonitórios para quem encarou o desafio. O grupo se perdeu no local, a 2.400 metros de altitude, conhecido por seu histórico de acidentes fatais, e precisou ser resgatado pela Polícia Civil.

Antipolarização
Com a repercussão do caso da montanha, o pré-candidato do PROS virou meme e foi chamado de “coach messiânico”, rótulo que ele rejeita.

— Fui atendente de telemarketing, mas ninguém me chama assim. Há seis anos não sou coach, mas me chamam assim. Também não sou youtuber, eu tenho um canal no YouTube — queixou-se ao GLOBO.

Marçal se apresenta com uma extensa lista de credenciais: cristão, filantropo, empreendedor imobiliário e digital, mentor, estrategista de negócios, especialista em branding, e jurista por formação. Com propostas genéricas e o discurso comum a quase todos os seus adversários, ele diz que decidiu disputar a Presidência para furar a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

— Sessenta porcento dos eleitores não querem nem Luiz nem Messias — diz Marçal, citando o nome do meio do atual ocupante do Planalto. — Ficamos muito extremistas como nação nos últimos anos. Podemos mudar isso agora.

Apesar de ser um outsider, Marçal evita pregação antipolítica, defendida por candidatos de perfil parecido que concorreram em eleições anteriores. O nome do PROS apresenta um explicação original para justificar seu lugar no espectro político-ideológico.

— Nem de esquerda nem de direita, sou do alto. Sou do movimento para colocar o Brasil para cima, para crescer — pontua Marçal, que completa: — A esquerda tem coisas boas sociais que não foram adotadas pela direita. E a direita se radicalizou.

Entre as pautas que pretende defender durante a campanha, Marçal cita o investimento em infraestrutura e a implantação de um novo sistema, “o governalismo”. Trata-se, segundo ele, de uma alternativa ao capitalismo e ao socialismo, que combinaria o que há de melhor nos dois. Marçal promete trabalhar para priorizar “a essência, a identidade e o propósito” de cada indivíduo, sem detalhar, contudo, como a teoria será aplicada em políticas públicas, na prática. Em tom populista, sai-se com essa:

— Político não tem que governar sobre tudo, mas tem que governar para todos.

O PROS enxerga o lançamento da pré-candidatura de Marçal como parte da estratégia para alcançar “voz ativa e luz própria, mesmo sendo uma sigla pequena”, informa a legenda. Nos últimos anos, o partido esteve alinhado com Lula e apoiou, em 2018, a campanha do pedetista Ciro Gomes.

Autoconfiança
A história do Pico dos Marins e a candidatura de Marçal renderam ao empresário comparações com o folclórico ex-candidato à Presidência pelo Patriota em 2018, Cabo Daciolo. Evangélico como o nome do PROS, ele também ficou famoso por sua relação como a montanha, entre outros hábitos pouco comuns entre políticos. Daciolo costumava subir o Monte das Oliveiras, no Rio, para rezar durante a campanha. Marçal dá de ombros para a comparação e as possíveis zombarias que pode sofrer ao longo dos próximos meses. Ele diz que “isso é energia muito baixa” e promete transformar a pilhéria em reação:

— A piada vai virar um pesadelo (para os seus adversários) na política. (O Globo)

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