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Professores e alunos do CE Almirante Tamandaré fazem passeata na Cohab

POR JULLY CAMILO (JP)

Estudantes e professores do Centro de Ensino Almirante Tamandaré, de São Luís, realizaram uma passeata pelas ruas da Cohab, na manhã de ontem (2). O objetivo do protesto foi chamar a atenção da população para a decisão tomada pela Secretaria de Estado de Educação do Maranhão (Seduc), que cedeu 18 salas ociosas do Almirante Tamandaré para o Centro Integrado do Rio Anil (Cintra), além de passar o controle da linha pedagógica do Almirante para o Cintra. Os manifestantes exibiram uma faixa com os dizeres “Não tem nexo transformar o Almirante em anexo”.

Foto: G. Ferreira. Faixa dos manifestantes resume o protesto: ‘Não tem nexo transformar o Almirante em anexo’

Segundo o professor de História Maximus Machado, que leciona no Almirante Tamandaré há 20 anos, na quarta-feira (1) uma comissão de educadores participou de uma reunião com o secretário da Seduc, João Bernardo Bringel, na qual foram discutidas as mudanças.

“Queremos a autonomia do Almirante Tamandaré. O secretário Bringel disse que verificaria a possibilidade de manter pelo menos por um ano uma gestão independente do Cintra, mas caso isso não fosse possível o quadro funcional seria todo ‘varrido’, inclusive o pessoal da limpeza”, disse Machado.

O professor de Filosofia Rogério Reis, que leciona no Almirante Tamandaré há dois anos, disse que é a favor do movimento e ingressou na caminhada pela retomada da independência pedagógica do colégio.

Ele afirmou que o Estado tem o dever de arcar com o ensino público e por isso deve buscar soluções adequadas e convenientes para resolver a situação, uma vez que existem recursos públicos destinados à construção e às melhorias das escolas.

“A Seduc deve rever a cessão de parte das instalações do prédio; é necessário primar por uma gestão democrática. E isso não é possível acontecer se estivermos submetidos à direção de outra escola, que já é gerida por uma fundação”, explicou Reis.

Os alunos demonstraram preocupação com a situação e aderiram ao movimento. A estudante do 3º ano do ensino médio Dalila Vasconcelos disse que, apesar de morar no Anil, prefere continuar estudando na Cohab, pela qualidade de ensino no Almirante Tamandaré.

Dalila afirmou que estuda no Almirante Tamandaré desde 2010, e que já possui raízes e referencias educacionais, que pretende manter até concluir o ano letivo de 2012.

O estudante Gustavo Silva reiterou as palavras da colega. Ele disse que mora no São Raimundo, onde conta com duas opções de ônibus para a Cohab, onde fica o Almirante Tamandaré. Caso seja transferido para o Cintra, no Anil, terá de se deslocar até o Terminal de Integração da Cohab, uma vez que não há linha disponível para o colégio em seu bairro.

A Secretaria de Estado de Educação do Maranhão (Seduc) informou que a decisão de ocupar 18 salas do Almirante Tamandaré foi tomada devido à crescente demanda de alunos, que ultrapassou a casa dos cinco mil estudantes para apenas 700 vagas ofertadas.

Conforme relatou o coordenador geral do Cintra, Arnaldo Martinho da Costa, atualmente estão matriculados na escola – que possui 72 salas – 8.800 alunos, divididos em três turnos, sendo pré-escola, ensino fundamental e médio.

A diretoria do Almirante Tamandaré informou à Seduc que o colégio possui 23 salas, com capacidade para 45 alunos cada, agregando um total de 2.300 alunos, porém apenas 30% de sua capacidade estava sendo utilizada.

Outro lado – Por meio de nota, a Seduc informou que não haverá transferência de alunos do Centro de Ensino Almirante Tamandaré para o Cintra. Afirmou ainda que o fardamento continua o mesmo e os professores darão sua carga horária normal definida por lei. Segundo a Seduc, somente as salas ociosas do Almirante Tamandaré serão ocupadas por novos alunos do Cintra, e nada irá mudar para os alunos do colégio.

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