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Professor que denunciou fraudes vai processar Ufma

Em entrevista concedida na manhã de ontem no escritório de seu advogado, no Renascença, o professor de Filosofia Wildoberto Batista Gurgel, que se identifica como Ayala Gurgel, 40 anos, disse que moverá uma ação por danos morais contra a Universidade Federal do Maranhão (Ufma), onde trabalha. O professor denunciou em seu Twitter, no início deste mês, supostas fraudes, envolvendo mudanças de notas de alunos da universidade à sua revelia. Em resposta, o reitor da Ufma, Natalino Salgado, emitiu nota na qual informou que a instituição iria apurar os casos com rigor e ameaçou processar Gurgel caso ele não conseguisse provar as denúncias.

Foto: G. Ferreira. Wildoberto Gurgel: para ele, nota da Ufma foi ofensiva

Segundo Ayala Gurgel, no ano de 2003 sete alunos que perderam a prova final e outros que estavam descontentes com suas notas solicitaram revisão das notas e a realização de uma nova prova.

Porém, Gurgel negou a possibilidade de revisão e de uma nova avaliação, uma vez que os alunos haviam perdido o prazo regimental para os pedidos.

“Se a regra é geral e vale para todos, não podia abrir exceção para eles. Mas a Universidade resolveu acatar a solicitação dos alunos e elegeu um colegiado. Este deveria ser de três professores da respectiva área, porém a Ufma nomeou apenas dois e de uma área não condizente, que concederam um novo teste e revisaram as notas reclamadas, mudando e desrespeitando todas as normas”, disse Gurgel.

O professor relatou que cada processo constituía uma matéria isolada, com seus argumentos, mas todos foram analisados de modo geral, o que prejudicou as particularidades. Ele afirmou que se sentiu desrespeitado. “O próprio Departamento de Filosofia aprovou o relatório da comissão, alterando e lançando a nota dos alunos em questão, à minha revelia e indevidamente”, disse Gurgel.

“Entreguei vários requerimentos ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) e ao Conselho Universitário (Consun), mas nunca obtive retorno. A Ufma publicou uma nota no último dia 6, na qual me chamou de leviano e disse que eu já havia sido afastado de minhas atividades na Universidade em decorrência de posturas não éticas. Mentira, pois nunca respondi a processos administrativos ou disciplinares, e os únicos afastamentos que tive foram por viagens a serviço ou capacitação. Inclusive, estou exercendo normalmente minhas funções”, declarou o professor.

Rafael Silva, advogado do professor, afirmou que houve precipitação por parte do reitor da Ufma, em lançar nota pública de caráter ofensivo, no intuito de desqualificar Ayala Gurgel sem sequer tê-lo ouvido. “Vamos levar essa questão à Justiça. Moveremos uma ação por danos morais, e também queremos uma retratação e um pedido formal de desculpas por parte da Universidade”, disse o advogado. (Jully Camilo)

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