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Procuradoria recebe denúncia contra assessor de Sarney; saída de Gabrielli atende Lobão

De O Estado de São Paulo

Brasília – Assessor do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o vice-presidente do conselho editorial da Casa, Joaquim Campelo, é alvo de uma queixa-crime protocolada na Procuradoria da República do Distrito Federal. A denúncia encaminhada ao promotor Vinícius Alves Fermino, do 4º oficial criminal, acusa o servidor de cometer peculato, ao negociar a título oneroso ou gratuito um bem público. O denunciante, que não se identificou, refere-se à doação à editora portuguesa Leya do projeto gráfico, formatação e digitação da obra História da Literatura Ocidental, de Otto Maria Carpeaux, pertencente ao Senado. Os livros caíram em domínio público porque Carpeaux não deixou herdeiro. Já os custos da edição foram pagos com dinheiro público e, como tal, não poderiam ser cedidos a terceiro. Leia aqui a matéria da Revista Época.

Joaquim Campelo disse ao Estado que Sarney não sabia da negociação com a editora e que responderá sozinho pela denúncia. “É responsabilidade minha, a gente corrige isso, qual é o problema?”, afirmou.

O denunciante anexa à denúncia reportagens sobre a transação com a editora que publicou no ano passado a biografia de Sarney, presidente do conselho editorial, e que este ano iria publicar o seu livro de memórias.

Campelo é acusado também de agir em proveito próprio, em troca da publicação de um suposto dicionário da língua portuguesa que levaria seu nome. Ou seja, o “Dicionário Campelo”. O diretor editorial da editora Leya, Pascoal Soto, não retornou as ligações da Agência Estado. Já à revista Época, ele afirmou que examina “a possibilidade de publicar o dicionário de autoria de Campelo”.

Campelo nega a feitura do dicionário. Ele afirma que sua equipe tem se dedicado, sim, a preparar “uma pequena enciclopédia”. “Não tem nada disso (dicionário), o galo canta e não se sabe aonde é. A enciclopédia é do Senado e sairá com a lista de seus colaboradores”, reagiu. Mas a informação no conselho editorial é outra: duas equipes atuam no órgão executando tarefas diferentes, sendo que uma cuida do dicionário e outra da enciclopédia. “A enciclopédia vai ter o Pedro I, Pedro II, o Casimiro de Abreu, será histórica e geográfica brasileira, vai ter Santo Antonio das Antas lá na caixa prego, que é lugar incerto e não sabido”, afirmou.

O Conselho Editorial é um dos citados entre os contemplados pelos desmandos administrativos do Senado, na série publicada em 2009 pelo Estado de S. Paulo, como cabide de emprego de amigos, filhos de amigos e apadrinhados de Sarney. Foi criado na primeira gestão do senador José Sarney (PMDB-AP) na presidência do Senado, tendo entre outras atribuições, a de preencher a lacuna na bibliografia brasileira, publicando obras inéditas. O que ocorre, porém, após 15 anos de atividade, é que o órgão se tornou uma caixa preta para acomodar amigos e apadrinhados e para atender a interesses pessoais de seus dirigentes.

Saída de Gabrielli atende os interesses de Lobão

O ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, voltou à recepção para complementar as declarações sobre a troca de comando na Petrobras e afirmar que a saída do atual presidente, José Sergio Gabrielli, foi definida em comum acordo com o executivo. “Não é um desapreço em relação ao Gabrielli, mas pelo contrário. Ele tem um projeto político que não poderia ser feito enquanto ocupasse o comando da Petrobras. É uma mudança que atende basicamente os interesses dele”, disse Lobão.

O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), confirmou hoje que há um convite para que Gabrielli assuma uma das secretarias do Estado. Lobão lembrou que a sucessora no comando da petrolífera, Maria das Graças Silva Foster, por ser atual diretora de Gás e Energia, participou de todas as decisões em relação a novos projetos e investimentos da empresa. Por isso, a entrada dela no comando da empresa não significaria uma mudança de rumo.

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