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Processo de Roseana na Lava Jato começa a tramitar na Justiça do MA

RoseanaFol

Por Manoel Santos Neto (JP) – O ministro Luis Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), enviou para a Justiça do Maranhão o processo no qual a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) foi envolvida a partir de delação feita pelo doleiro Alberto Youssef, na Operação Lava-Jato. Fontes do Tribunal de Justiça do Estado (TJMA) informaram que o processo foi distribuído na 3ª Vara Civil e deverá começar a ser apreciado pelo juiz José Gonçalo de Sousa Filho.

Em delação premiada à Polícia Federal, o doleiro Alberto Youssef, principal alvo da Operação Lava Jato, afirmou que pagou, em 2013, propina de R$ 3 milhões para João Abreu, então chefe da Casa Civil do governo Roseana para viabilizar o pagamento de um precatório de R$ 113 milhões da empreiteira.

Ao ser recentemente questionado pelo jornal O Estado de S. Paulo, o criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, advogado da ex-governadora Roseana Sarney, afirmou que os precatórios pagos à Construtora Constran não ‘furaram fila’.

Para liberar o pagamento, na frente de outros títulos dessa natureza, assessores de confiança de Roseana teriam cobrado propina. O precatório no valor de R$ 113 milhões seria vendido por R$ 40 milhões, e o governo do Maranhão participaria da negociação, por meio de um fundo de investimentos e pagamento de propina.

Segundo Kakay, atualmente, Roseana passa temporada nos Estados Unidos com o marido, os filhos e netos. E acompanha de forma tranquila o andamento das investigações. Na delação, Youssef afirmou ainda que Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro de Cidades Mário Negromonte, e Rafael Ângulo Lopes – carregadores de malas do esquema desbaratado na Petrobras – e uma terceira pessoa levaram duas parcelas de R$ 800 mil reais do montante.

O doleiro contou também que ele mesmo levou outra parcela de R$ 1,4 milhão “o qual ele entregaria na data em que foi preso”, em um hotel em São Luís (MA), no dia 17 de março do ano passado. O doleiro afirmou não saber se João Abreu consultou a então governadora Roseana Sarney, que deixou de ter direito a foro privilegiado. Youssef diz, porém, que o chefe da Civil afirmou ser interesse do Estado “pagar essa dívida”.

No mês de janeiro passado, o Governo do Maranhão, através da Secretaria de Transparência e Controle do Estado, decidiu interromper o pagamento do superprecatório das empreiteiras do cartel alvo da Operação Lava Jato. Em ofício à Justiça Federal no Paraná, o órgão pediu compartilhamento das informações referentes às supostas irregularidades cometidas pelo governo de Roseana Sarney – que deixou o cargo 21 dias antes do fim de sua gestão, em dezembro de 2014 alegando problemas de saúde – “no que diz respeito à irregular quitação de um precatório devido à empresa UTC/Constran”.

Ao autorizar o compartilhamento dos documentos, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato, ressaltou que Roseana não desfruta mais de foro privilegiado. O magistrado afirma ainda que o compartilhamento dos dados poderá servir tanto ao governo do Maranhão como à Justiça Estadual do Maranhão.

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