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Presidenciáveis pregam união do centro político e atacam Bolsonaro e Lula

Em um debate marcado por apelos por “diálogo” e “convergência”, os pré-candidatos à Presidência da República Ciro Gomes (PDT), Eduardo Leite (PSDB) e Henrique Mandetta (DEM) aproveitaram evento organizado nesta quinta-feira, 1º, pelo Centro de Liderança Pública e pelo jornal O Estado de S. Paulo para marcar as suas diferenças com o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que no momento lideram as pesquisas de intenção de votos para as eleições de 2022.

O encontro “Primárias”, que foi medidado pelo cientista político Luiz Felipe d’Avila, seguiu o mesmo modelo dos debates presidenciais que ocorrem durante a campanha eleitoral. A grande diferença é que os três pré-candidatos evitaram se atacar e até trocaram elogios em relação a suas realizações na vida pública.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, foi incisivo na crítica ao governo atual, citando até a possibilidade de um processo de impeachment contra o presidente — pauta que foi encampada pelo PSDB nesta semana. “Não se pode banalizar o impeachment, mas não podemos banalizar a Presidência da República”, disse.

O ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta também foi duro na crítica ao dizer que as denúncias sobre corrupção na aquisição de vacinas caracterizam-se como “crime hediondo”. “Nos privar da vacina, atrasar as compras e ainda partir para negociatas. Me parece que esse é o crime principal dessa administração”, afirmou Mandetta, que comandou o Ministério da Saúde no início da pandemia.

O ex-ministro da Integração Nacional e ex-governador do Ceará Ciro Gomes, por sua vez, declarou que o Brasil vive certamente a “pior crise da sua história com o “acúmulo do genocídio e do desastre econômico-social e moral que apodreceu a política em todos os flancos”. Ciro também voltou a vender a sua ideia de desenvolvimento nacional priorizando a reindustrialização do país.

Defesa da união
Além das críticas ao governo Bolsonaro, os pré-candidatos de centro insistiram na ideia de que só a união entre eles pode tirar o país da crise. Ciro frisou que falta “projeto” à política nacional e que só “trabalhando juntos” é possível resolver a situação do Brasil. “Se nós repetirmos os mesmos remédios, os mesmos personagens, não há nenhuma razão para supor que nós vamos sair do desastre em que chegamos”, disse o pedetista.

Mandetta relembrou que os governos do PT colocaram o país numa rota de “roubalheira sem fim” e que o povo agora está “desiludido” e “frustrado” após Bolsonaro não cumprir as bandeiras da campanha de 2018, de combate à corrupção e à criminalidade. “É um momento para todo mundo parar e pensar”, completou.

Já Leite frisou a necessidade de retomar um projeto de centro em defesa da eficiência da máquina pública e das privatizações. “Não um centro que está bem com todo mundo. Mas um centro-avante, um centro que vá para frente”.

Apesar do encontro amistoso, o centro político ainda enfrenta dificuldades para se unir em torno de uma única candidatura. Além de Ciro, Leite e Mandetta, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também almeja o posto.

Enquanto não se decidem, Bolsonaro e Lula já estão em plena campanha percorrendo o país — o presidente fazendo “motosseatas” e inaugurações de obras, e o petista, articulações com lideranças políticas, inclusive algumas ligadas ao centro. Veja

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