Estive na ultima segunda-feira, 08 de setembro, na praia do Caolho, por volta das 17:00 horas e fiquei espantado com a altura da maré, que naquele horário estava quase a invadir os estabelecimentos comerciais. Frequentador, outrora habitual do local, perguntei-me as razões para esta, digamos invasão, e com certeza existem, e não são naturais, mas são responsáveis por esta descomunal mudança.

Seria o assoreamento acelerado dos rios Itapecuru e Mearim, que desembocam nas bacias de São José e São Marcos, de um lado e outro desta ilha de Upaon-Açu, o responsável por este fenômeno? Seria a cada vez maior escala de navios, que para alcançarem o porto do Itaqui em busca de nossas commodities, para seu transporte, que está provocando o aprofundamento do canal e, com isto, o deslocamento de areia para o continente.

Seria finalmente o decantado espigão costeiro, pensado na gestão de Tadeu Palácio, e construído recentemente por Roseana, o responsável por tal fenômeno? Pode até ser que nenhuma das hipóteses seja verdadeira, mas urge encontrar uma resposta. Nosso mais novo cartão postal, a majestosa Avenida Litorânea corre sério risco, e a cidade ficaria mais pobre, triste e feia, se por desatenção de seus dirigentes isto viesse a acontecer.

Afirmo, em nome da cidadania, que as autoridades constituídas, nem precisam esperar o acontecimento de uma catástrofe, o que seria temerário por sermos uma ilha, para que se autorize a UFMA a UEMA, as duas juntas, ou quem detenha reconhecido saber para elaboração de estudo de impacto ambiental, que possibilite uma correção de rumos ou adoção de medidas mitigadoras de eventuais efeitos. Fazer de conta que o problema não existe não é o melhor caminho! Se eventualmente, as autoridades já conhecem o problema e o esconde da população, cometem grave crime contra a vida e a humanidade. Isto seria vergonhoso!

Prefiro não acreditar nesta torpeza!

Poeta, Compositor e Produtor

*Renato Dionisio