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Prefeita subterrânea

A coluna Estado Maior, do jornal O Estado do Maranhão, deu à governadora Roseana Sarney, em sua despedida, um presente de Natal digno do mais veloz Cavalo de Tróia. Escreveram lá que Roseana, sozinha, trabalhou mais por São Luís que todos os prefeitos da capital juntos, desde Conceição Andrade. Se não é possível acreditar, e não é, é só procurar nas páginas daquele matutino.

A matéria tem dois objetivos: um deles é apagar da memória dos maranhenses a forma ao mesmo tempo lacônica e conturbada com que a governadora deixou o governo. Não conseguiu concluir seu mandato, dizem alguns que por fastio, outros para não ter que dar explicações constrangedoras sobre desvios na sua administração.

Roseana evitou perguntas da imprensa local e nacional ávida por ouvir respostas sobre suas relações com o megadoleiro Alberto Yousseff e com o dono da Constran, ora indiciado pela Polícia Federal. O outro objetivo é o de sempre: atacar o prefeito Edivaldo Holanda Júnior visando, desde já, às eleições de 2016.

Nos últimos dias, Roseana Sarney inaugurou em São Luís algumas obras inacabadas e outras mal projetadas. Em nenhuma delas é possível perceber qualquer preocupação com o ser humano; em todas elas, o caráter faraônico que tantas improbidades e desvios de recursos têm permitido no Maranhão.

Quando se refere ao prefeito Edivaldo, esse monopólio de comunicação nunca diz que essa administração é exemplo de transparência nacional e referência no combate à corrupção, o que, evidentemente, não pode ser dito sobre o governo que acabou. Não lembra as reformas na maioria das unidades de saúde municipais, inclusive os Socorrões. Não diz que somente no ano passado foram criadas 25 mil vagas escolares no município.

Uma atitude justa seria reconhecer que hoje, junto com outras cinco capitais, São Luís é referência em todo o país em obras de proteção social, a exemplo da Residência Inclusiva, Casa Abrigo e CRAS.

Na pressa de detonar antes da hora o processo eleitoral de 2016, a mídia sarneisista ofende a maioria dos ex-prefeitos de São Luís. Sem ter o que elencar como obra positiva do governo, reúne 21 anos de vida púbica da ex-governadora na vã tentativa de fazer dela uma espécie de prefeita subterrânea da cidade. Mas até onde se sabe, em 50 anos de poder, o grupo Sarney não fez muita coisa pela capital do Maranhão. Os exemplos mais recentes são os prefeitos João Castelo e Edivaldo, que nenhum convênio receberam e foram até insultados quando tentaram firmar parcerias com o governo do Maranhão em benefício de São Luís.

Estão gastando tinta à toa. Os Sarney deixam o poder como símbolo do desastre administrativo, o que se infere de situações como a do Sistema de Segurança e de fracassos como o da Refinaria Premium, um dos maiores engodos da história do Maranhão. E símbolo também de vergonha nacional, pelas insistentes citações nas crônicas de corrupção do país. Não vão mudar nada disso inventando que Roseana foi a salvação de São Luís. (Editorial do JP)

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