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PF conclui que Josimar Maranhãozinho cometeu crimes de peculato e lavagem de dinheiro

A Polícia Federal concluiu o inquérito contra o deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL-MA), flagrado manuseando caixas de dinheiro e repassando valores a aliados, e imputou ao parlamentar os crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, pelo desvio de recursos de emendas parlamentares destinadas a prefeituras do Maranhão.

O relatório final foi enviado na semana passada ao Supremo Tribunal Federal (STF), sob sigilo. Caberá agora à Procuradoria-Geral da República (PGR) avaliar se apresenta denúncia contra Maranhãozinho. Essa investigação ficou conhecida como Operação Descalabro, deflagrada no final do ano passado.

O GLOBO mostrou no último dia 4 trechos de vídeo gravado em ação controlada da PF no qual o deputado entrega uma caixa de dinheiro a um aliado. A investigação concluiu que Maranhãozinho desviou recursos de emendas parlamentares destinados a prefeituras do Maranhão, por meio de pagamentos a empresas ligadas a ele. Os valores eram sacados em dinheiro vivo e devolvidos ao parlamentar, que também os redistribuía a aliados.

A PF concluiu as investigações sobre o deputado na semana passada, informou o jornal O Globo. A TV Globo apurou que os investigadores informaram ao STF que há indícios suficientes de que o parlamentar desviou dinheiro de emendas parlamentares.

Maranhãozinho é aliado do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e chegou a cita-lo em áudios gravados pela PF, como mostrou o GLOBO. O PL é o partido ao qual o presidente Jair Bolsonaro se filiou para disputar a reeleição no próximo ano, em uma cerimônia em Brasília que contou com a presença de Maranhãozinho.

Além dessa investigação, o parlamentar também é alvo de um outro inquérito que apura novo esquema de desvios de recursos de emendas parlamentares. Por causa dessa nova linha de apuração, ele foi alvo de busca e apreensão deflagrada pela PF na semana passada.

Procurado, o deputado Josimar Maranhãozinho disse que “sempre se colocou à disposição dos órgãos de apuração” e que “sua conduta sempre foi pautada na legalidade”. O Globo

Desvio de recursos da saúde

A operação do início de dezembro contra o deputado federal Josimar de Maranhãozinho é um desdobramento de uma investigação que teve início no ano passado. Em dezembro de 2020, policiais federais também cumpriram mandados em endereços ligados ao parlamentar.

A investigação à época apontou que o deputado destinou emendas parlamentares para os municípios do interior do estado do Maranhão, onde tem reduto eleitoral. O dinheiro era direcionado para os Fundos Municipais da Saúde, mas os gestores firmavam contratos fraudulentos com empresas de fachada que pertencem ao parlamentar, mas estariam em nome de “laranjas”, segundo a PF.

Depois, ainda de acordo com a polícia, essas empresas faziam saques e o dinheiro era entregue ao deputado, no seu escritório regional parlamentar em São Luís.

A PF estima que a fraude gerou prejuízo de R$ 15 milhões aos cofres públicos. (G1)

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