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Pedras, Pedrinhas…

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Por Luiz Alberto Mendes

Recentemente, estava lendo posts no Facebook, quando, de repente, surgiu uma fotografia que me arrepiou. Corpos amontoados e cabeças cortadas em fila, no chão. Não havia nenhuma identificação, mas eu tinha certeza de que se tratava de uma cadeia. Passei o dia consternado, fantasmas do passado rondaram minhas horas. Já presenciei inúmeros assassinatos e degolações, nas várias rebeliões que vivenciei.

Trago cenas gravadas a ferro e fogo, como cortes que jamais cicatrizam. Dias depois apareceu a imagem na televisão, agora com uma explicação. As decapitações haviam ocorrido na Penitenciária de Pedrinhas, no Estado do Maranhão. A reportagem falava em guerra entre facções, e havia notícia de dezenas de mortos e mais decapitações.

Fiquei me perguntando que ódio provocara tamanha crueldade. Se tratava de uma ação ou de uma reação? Por que haviam enfileirado as cabeças? Para assustar, para dizer o quê? Provavelmente jamais saberemos, como muita coisa neste país. As autoridades maranhenses estão sendo questionadas. Não se sabe se eram mesmo facções rivais, se disputavam poder, drogas, valores, ou o que fosse. Houve relatos de que familiares de presos estavam sendo estupradas por outros presos.

Já aconteceu em outros lugares, não seria novidade. Ou talvez os mortos fossem justamente aqueles que oprimiam a maioria? A revolta dos humildes é uma atitude temida pelos “bandidões” e ocorre com frequência, a despeito do poder deles.

A versão oficial das perversidades cometidas naquela prisão provavelmente não será a verdadeira. Só o preso sabe o que acontece por trás das grades, e mesmo assim não são todos que sabem de tudo. Mas como parece que a versão do preso é sempre em prol de si mesmo, ela jamais será levada em consideração. E o pior é o silêncio imposto por códigos não escritos. Mandela dizia que é pela forma como o homem aprisionado é tratado que se deve avaliar uma sociedade. Se voltarmos nossos olhos para Pedrinhas, a situação se revela com clareza, pois a oligarquia praticada no Maranhão nunca foi correta, para dizer o mínimo.

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