Por JM Cunha Santos

Não tem nem o que discutir. Qualquer escola escolherá preferencialmente o nome de Roseana ao nome de Paulo Freire. Paulo Freire queria que o educando assimilasse o objeto de estudo a partir de uma prática dialética com a realidade. Fora da realidade, Roseana fecha escolas de ensino médio no Maranhão.

Paulo Freire propôs a perigosa mistura de educação com consciência política; Roseana nunca faria uma coisa dessas! Prefere deformar consciências através do Sistema Mirante de Comunicação. Paulo Freire se tornou Patrono da Educação Brasileira e recebeu 41 títulos de doutor Honoris Causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford, mas ele, ao contrário de Roseana, nada fez pela Fundação da Memória Republicana Brasileira.

Na depressão de 1929, Paulo Freire vivenciou a pobreza e a fome, mas Roseana sempre comeu bem. E como faminto não aprende nada, é melhor que Roseana Sarney dê nome à escola. Em algum lugar, tem uma escultura de Paulo Freire ao lado de Pablo Neruda e Mao Tse Tung e como o comunismo acabou, Roseana continua vencendo a preferência escolar.

Paulo Freire insistia em alfabetizar os pobres. Seu método alfabetizou inclusive cortadores de cana. Roseana insiste em alfabetizar e melhorar ainda mais as vidas dos ricos. E como rico ri à toa, deixa o nome de Roseana na fachada da escola.

Freire foi encarcerado durante 70 dias como traidor pela ditadura militar, foi exilado lá na Bolívia, mas é quase certo que nem sequer chegou a conhecer Las Vegas. O mais famoso livro de Paulo Freire, “Pedagogia do Oprimido”, perde feio para o menos famoso livro de José Sarney, “Pedagogia do Opressor”, que nem foi escrito ainda.

Paulo Freire deixou de herança para todo o povo brasileiro o Instituto Paulo Freire, mas ele nunca teve um aeroporto tão brilhante, tão importante, tão imponente e cativante quanto o aeroporto de Roseana Sarney. Assim, vocês só têm que escolher entre a Pedagogia da Libertação e a Pedagogia da Eleição. Essa Roseana já venceu.