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Partido da Luluzinha: Maranhense quer criar Partido da Mulher Brasileira (PMB)

Do blog do Ancelmo Gois

O Brasil já tem 30 partidos. Mas há quem ache pouco. Além da volta da Arena, criada pela ditadura em 1966 para dizer “sim, senhor”, outras 12 legendas, acredite, estão em processo de formação. Uma delas leva o nome de… Partido da Mulher Brasileira (PMB). Mas homem seria bem-vindo:

— Mulher só entra em destaque na política quando os homens dão brecha. Princesa Isabel só assinou a Lei Áurea quando o marido saiu de cena. Quero um partido que lute pela conscientização da importância do voto feminino. As mulheres não deveriam ser obrigadas a trocar de título quando mudam seu estado civil — reivindica Suêd Haidar, 53 anos, presidente do PMB.

As mulheres são 52% da população brasileira. Desde 2008, Suêd, com pouca maquiagem e algum salto alto, corre o país atrás de assinaturas para o registro definitivo no TSE. Já conseguiu 478 mil. Enquanto isso, é filiada ao PTdoB, presidido por… um homem. Faltam 75 mil assinaturas.

Em quatro anos, já montou diretórios em 11 estados. De 11 presidentes regionais, só três são mulheres. Suêd confessa que é difícil achar mulher interessada. Uma militante, diz, não entrou para o PMB por um detalhe: “Tenho que ouvir meu marido.” Ele foi contra.

No segundo casamento há 37 anos, mãe três filhos e avó de uma menina de 5 anos, Suêd conta que nunca dependeu de homem. Filha de ex-faxineira, foi lavadeira em São Luiz Gonzaga, MA, e quebrou coco e pedra para sobreviver. Chegou ao Rio em 1977 e foi uma das primeiras mulheres metalúrgicas do Estaleiro Caneco. Era soldadora. Católica, formou-se assistente social e criou um curso de pedreiro para mulheres na Arquidiocese.

Suêd, que teve a ideia de criar um partido de mulheres em 2000, chama Dilma de “presidenta” e não esconde a simpatia pela chefe do Executivo. Sobre Maria Madalena, a prostituta perdoada por Jesus, está convencida: “Ela só se curvou diante do filho de Deus.”

Na Creche Comunitária Luiz Carlos Prestes, que fundou na Pavuna, na Zona Norte do Rio, ela sofreu a influência da tia Maria José Aragão, comunista. Ex-pedetista, jura que sempre esteve na oposição, mas não pinta a cor ideológica do seu PMB: “No Brasil, hoje, a esquerda se alia à direita e vice-versa.” Mas aí essa é outra história.

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