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Parlamentares divergem sobre aliança de Marina com Campos

Deputados e senadores ainda questionam se oposição ou governo levarão a melhor com a estratégia de filiação de Marina ao PSB

pn3891O Globo

BRASÍLIA – Parlamentares de diversos partidos demonstraram perplexidade nesta segunda-feira a respeito dos efeitos eleitorais da aliança de Eduardo Campos com Marina Silva. Os partidos ainda não definiram um discurso uníssono sobre o novo fato político e as opiniões divergem entre aqueles que acreditam que a oposição lucra, porque uma candidatura alternativa é fortalecida, e aqueles que dizem que quem fatura é o Planalto, já que haverá um candidato a menos da oposição em 2014, o que dificulta levar a disputa para o segundo turno.

Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), a aliança de Eduardo Campos com Marina Silva traz prejuízos para a oposição, já que diminuiu o número de candidatos ao Palácio do Planalto e beneficia a presidente Dilma Rousseff que, para o senador, terá mais possibilidades de vencer a disputa presidencial no primeiro turno com apenas três candidatos no páreo.

– É uma novidade ruim para a oposição e para a democracia, porque a redução de alternativas limita o debate para a sociedade. Para a oposição, o melhor seria a Marina disputando a presidência pelo PPS. Para o Planalto, foi a melhor opção, por eliminar a candidatura que tinha mais densidade eleitoral – disse Álvaro.

O líder do partido comandado por Eduardo Campos, senador Rodrigo Rollemberg (DF), discorda. Para Rollemberg, apesar de haver um candidato a menos, a candidatura de Eduardo sai vitaminada com a aliança de Marina, que foi capaz de reunir 20 milhões de votos nas últimas eleições. O senador acredita que, para enfraquecer o impacto da aliança, o Palácio do Planalto irá tentar disseminar a tese de que haverá crise no PSB para definir qual dos dois será candidato, o que o líder nega que ocorrerá.

– É um candidato a menos, mas cria um fato político que não é meramente aritmético. O efeito político é muito maior que a própria soma e tem um alcance muito amplo. No sábado, depois do anúncio da aliança, só em Brasília houve mais de cem filiações de pessoas que se animaram com a notícia. O governo vai ter uma estratégia de alimentar na mídia uma dúvida sobre quem vai ser o candidato do PSB, mas isso não vai acontecer. A Marina tomou uma posição consciente e com diferenças essenciais em relação à política tradicional. Nós temos tranquilidade absoluta porque o entendimento foi feito diretamente com ela – disse Rollemberg.

O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), cotado para ser ministro da Integração Nacional após a entrega dos cargos do PSB, concorda com Rollemberg. Para Vital, a união de Marina e Eduardo é mais ameaçadora para o Planalto do que uma candidatura separada de Marina que, em outro partido menor, não teria a visibilidade que poderá alcançar no PSB.

– Eduardo Campos tinha uma candidatura regionalizada e ganhou força e prestígio de um eleitor que foi muito importante nas eleições passadas. Pelo PPS, Marina teria uma candidatura com muitas dificuldades, ainda maiores do que se ela tivesse conseguido viabilizar a Rede. Então, a escolha dela foi inteligente porque turbinou a candidatura de Eduardo e, juntos, eles têm mais peso – apontou Vital.

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