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Para Ciro Gomes, a Refinaria Premium de Bacabeira não sai do papel

Por Aquiles Emir, no JP

Refinaria-Bacabeira-Lula-Roseana-Lobão-e-DilmaAo proferir, na manhã de terça-feira (05), no Hotel Luzeiros, em São Luís, a palestra “Economia Brasileira, Momento Atual e Perspectivas para o Comércio”, para empresários do setor lojista, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes criticou a Petrobras e disse que ela está enrolando os maranhenses e os cearenses, pois não vai construir as refinarias Premium I, em Bacabeira, no Maranhão, e a Premium II, em Fortaleza, no Ceará. De acordo com Ciro Gomes, a estatal brasileira está descapitalizada para tocar os projetos e não aceita parceria das empresas internacionais interessadas em assumi-los.

Atualmente exercendo o cargo de secretário de Saúde em seu estado, Ciro Gomes, além de ex-governador, é ex-prefeito de Fortaleza, ex-ministro da Fazenda e da Integração Nacional e ex-deputado federal. Ele foi convidado para vir a São Luís pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), a fim de falar aos empresários locais no lançamento do Liquida São Luís, campanha a ser realizada em 2014 com o objetivo de incentivar as vendas no comércio local (leia Giro Econômico). Apesar de reconhecer muitas conquistas do governo nos últimos dez anos, fez duras críticas ao modelo econômico nacional, pois estaria desindustrializando o Brasil para favorecer os fornecedores estrangeiros.

Ele citou o exemplo da agropecuária, que depende de 46% de importações, ou seja, “o maior produtor de alimentos do Mundo não consegue fabricar implementos agrícolas, máquinas e até mesmo fertilizantes”. No setor de saúde, o índice é ainda maior, mas com um pouco de boa vontade o Brasil poderia ter fábricas de equipamentos hospitalares, medicamentos, próteses etc. Por conta disto, afirmou, a balança comercial é cada vez mais negativa, e o mais grave: o Brasil está com déficit também em consumo de turistas, royalties e outros segmentos que são pouco explorados pelos veículos de comunicação.

Refinarias

Sobre as refinarias de petróleo do Maranhão e do Ceará, Ciro Gomes fez menção a elas duas vezes, quando falou das importações de derivados de petróleo e ao aborda as desonerações fiscais do governo. Ele observou que a Petrobras continua vendendo óleo bruto em grande quantidade e comprando produtos refinados também em grande quantidade, está sem dinheiro para construir novas usinas de refino e não aceita que empresas internacionais se instalem para refinar petróleo. Quanto aos incentivos fiscais, disse que o governo torrou com desonerações de automóveis e eletrodomésticos um valor suficiente para construir a Premium I do Maranhão e a Premium II do Ceará.

Indagado após a palestra sobre o porquê do seu pessimismo, Ciro Gomes foi mais contundente: “A Petrobras está só enrolando”, criticou, dizendo que nos dois terrenos reservados para essas construções não existem ainda sequer fundações, tampouco se identifica a presença de algum parceiro internacional interessado nestes projetos. Dando mais ênfase a suas críticas, o ex-ministro disse que em 2014 vai-se notar alguma movimentação nas áreas desses projetos, pois, “afinal de contas, é ano de eleição”.

Vale destacar que as Premiuns I e II foram lançadas em 2010, às vésperas das eleições para governadores e presidente da República. À época, o ex-presidente Lula garantiu que ambas as refinarias estariam prontas em 2014, apesar de todos os estudos técnicos indicarem que seriam necessários no mínimo sete anos para as obras de construção.

Audiências

Apesar das desconfianças de Ciro Gomes, a Petrobras mantém para os dias 26 e 27, em Bacabeira, e dia 29, em São Luís, novas audiências públicas com vistas a debater outras etapas da Premium I. No interior do estado, os debates serão em torno de parte da tubulação para transporte de óleo bruto e produtos refinados e da construção de uma rodovia para transporte de equipamentos a serem utilizados na refinaria. Em São Luís, as audiências serão em torno de duas áreas mais sensíveis: um terminal portuário, no Itaqui, e a fase complementar da tubulação.

As obras da Refinaria de Bacabeira estão paralisadas há mais de um ano, depois de concluídos em julho de 2012 os serviços de terraplenagem.

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