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Os mistérios em torno da morte da sobrinha-neta de Sarney

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Por OSWALDO VIVIANI

A polícia do Maranhão aguarda os resultados dos laudos periciais (a serem divulgados na próxima terça-feira, 22) e a reconstituição do crime (sem data para ocorrer, mas já confirmada) para elucidar definitivamente o homicídio que teve como vítima a publicitária Mariana Menezes de Araújo Costa Pinto, de 33 anos (filha do ex-deputado estadual Sarney Neto e sobrinha-neta do ex-presidente José Sarney).

Mariana foi encontrada morta asfixiada no fim da tarde de domingo (13), em seu quarto, no Condomínio Garvey Park, no Turu. Estava despida, com um travesseiro sobre o rosto e tinha sinais de que havia sofrido esganadura e provável violência sexual. Não há mais nada a investigar sobre a autoria do crime – o empresário do ramo da construção civil Lucas Leite Ribeiro Porto, 37, cunhado de Mariana (casado com a irmã da vítima, Carolina) – confessou o assassinato em depoimento espontâneo à polícia, que começou na terça-feira (15) e varou a madrugada de quarta (16). A motivação foi uma “atração incontida” pela cunhada, e que resolveu consumar seu desejo sexual na tarde do domingo (13), ao ir até seu apartamento (segundo o acusado, em princípio para “conversar sobre assuntos familiares”) e encontrá-la sem roupa.

O que falta determinar são algumas circunstâncias do homicídio e a dinâmica dos fatos criminosos. “É fundamental entender o que aconteceu no apartamento, até para embasar o processo e a dosimetria da pena”, disse o secretário de Segurança, Jefferson Portela, ao informar que a polícia vai fazer a reprodução simulada dos fatos (reconstituição).

QUESTÕES NÃO ESCLARECIDAS

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Por ser o assassinato que mais repercutiu no Maranhão neste ano, além de chamar a atenção da mídia nacional, e por envolver a chamada “gente graúda” – famílias abastadas do estado –, a polícia não quer deixar brechas na investigação. Está disposta a responder, após receber os resultados dos exames periciais e realizar a reconstituição do crime, a questões ainda não devidamente esclarecidas, tais como:

Qual o conteúdo das mensagens e ligações telefônicas (inclusive as apagadas, agora provavelmente recuperadas pela polícia por meio de um programa especial de computador) que estavam nos celulares de Lucas Porto e Mariana Costa no dia do crime e nos dias imediatamente anteriores?

Lucas Porto tinha livre acesso ao apartamento de Mariana? Quem abriu a porta do apartamento quando ele voltou ao Garvey Park, no domingo? Há imagens das câmeras desse momento? Qual a dinâmica dos fatos a partir do momento em que Lucas já estava no interior do apartamento?

Houve tentativa de estupro ou estupro consumado da vítima? Isso ocorreu quando Mariana ainda estava consciente ou já desfalecida?

Com quem Lucas se comunicou (por telefone ou mensagens), após cometer o assassinato, já que a polícia tem imagens dele falando com alguém ao telefone? Ele falou com o pai ou com alguém da família?

Lucas já entregou as imagens das câmeras de segurança do prédio em que mora e é sindico (edifício San Juan, na Ponta d’Areia)? O Instituto Médico Legal (IML), o Instituto de Criminalística e Medicina Legal (Icrim) e o Instituto de Genética Forense estão trabalhando na perícia técnica do material recolhido.

Além do secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, e do delegado-geral Lawrence Mello, participam das investigações do “caso Mariana Costa” o delegado Leonardo Diniz, da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP); o delegado Miguel Alves, da Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC); e o delegado Lúcio Reis, chefe do Departamento de Homicídios da Capital. Lucas Porto está preso preventivamente (sem prazo para ser solto) na Unidade Prisional de Ressocialização (UPR) 4, em Pedrinhas. A prisão preventiva foi homologada no dia 14 pela juíza Andréa Cysne Frota Maia, da Central de Inquéritos.

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