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Oposição desmoraliza artigo de Sarney sobre poluição das praias em São Luís

Os deputados Bira do Pindaré (PT), Othelino Neto (PPS), Marcelo Tavares (PSB), líder do Bloco de Oposição, e Manoel Ribeiro (PTB) comentaram, da tribuna da Assembleia, na sessão desta segunda-feira (13), o artigo do senador José Sarney (PMDB), presidente do Senado. Intitulado “São Luís polui o Atlântico”, o referido artigo foi publicado na edição de ontem (12) do jornal do Estado do Maranhão.

“Eu considero esse artigo uma pérola que deve ser guardado nos Anais desta Casa e deve servir de estudo para as academias, os estudiosos, enfim. Ele ataca os laboratórios e ataca a própria filha dele, a governadora do Estado. Ele resolveu dar uma de biólogo e questionar os o laudos dos laboratórios do Maranhão que declararam a interdição das praias de São Luís. Ele considera isso um absurdo. Como é que pode São Luís poluir o Atlântico?”, assinalou o deputado Bira.

Bira ressaltou que, segundo argumenta o senador, 200 mil habitantes na região das praias não são suficientes para poluir as praias de São Luís, afirmação da qual o petista discorda porque, pelas contas que fez, são jogadas todos os dias nas praias, nos rios, nos córregos e nos riachos, sem nenhum tratamento, 160 toneladas de fezes.

“Um ser humano, segundo os especialistas, defeca, por dia, 125 gramas em média. veja bem, 125 gramas, multiplicado por 200 mil dá 25 toneladas de fezes todos os dias, se considerar apenas 200 mil habitantes que ele falou que moram, aqui na região litorânea de São Luís. Se você pegar a Ilha de São Luís que são quatro municípios, 01 milhão e 300 mil habitantes, sabe quanto é que vai dar essa conta de fezes por dia? 160 toneladas de fezes, todos os dias, lançadas nas praias, nos rios, córregos, nos riachos, sem nenhum tratamento. É óbvio que não tem praia ou baía que suporte. Eu não sou técnico, mas uma conta muito simples é suficiente para a gente perceber que o nobre senador está equivocado na sua alegação. Salta aos olhos tamanha insensatez do nobre senador, que perdeu uma oportunidade de ficar calado”, analisou.

Desinformado

Othelino Neto manifestou-se dizendo não saber de onde o senador Sarney tirou a informações de que a quantidade de pessoas que está no entorno das praias, cujos dejetos gerados são depositados em in natura no mar, não seria suficiente para poluir as praias de São Luís.

O parlamentar disse ter ficado impressionado pela falta de informação, porque, segundo ele, não são apenas os dejetos de quem mora perto da Litorânea que vão para as praias de São Luís, pois todos os rios da cidade que deságuam no mar em alguma altura ou em outra estão extremamente poluídos, estão impactando e gerando os níveis de contaminação das águas das praias de São Luís.

“Será se o governo estaria sabotando o próprio governo? Com esse artigo, esse artigo contra a inteligência dos maranhenses porque dizer simplesmente que as praias não estão poluídas é como dizer que o Maranhão não é pobre, é como dizer que no Maranhão não se morre de fome, é como dizer que no Maranhão não têm miseráveis, é simplesmente não querer ver a realidade. Talvez por ser um dos principais responsáveis pela construção dessa triste realidade no Maranhão”, afirmou.

Para Marcelo Tavares, o artigo do senador mostra com clareza uma única coisa: que eles estão despreparados para exercer o poder em São Luís e no Maranhão, uma vez esse artigo só revela o que pensa Sarney, que é impossível o esgoto em São Luís poluir o Atlântico.

“Ora, se ele acha que São Luís não tem a capacidade de poluir o Oceano Atlântico, para que fazer esgotamento sanitário? E aí a filha passou quatro governos e não fez porque acreditava que essa situação nunca ia acontecer. Segundo o presidente Sarney, a maré tem uma variante de sete metros e aí limpa sozinho o sistema. Para que gastar o dinheiro com esgoto? Está aí o retrato claro e transparente de que eles não tinham, infelizmente, as condições para dirigir São Luís do Maranhão?”, declarou.

Por sua vez, Manoel Ribeiro disse não ter lido o artigo, mas que por navegar constantemente na orla marítima sente o odor que têm as praias de São Luís e assegurou que a água é, de fato, poluída, acrescentando que não existe fiscalização. “Cadê o Ministério Público? Cadê a secretaria de Meio Ambiente? Cadê o meu particular amigo deputado Ricardo Murad com a Secretaria de Saúde? Vamos dar as mãos, nós deputados, e fazermos com que essas autoridades cumpram a lei e obriguem esses empreiteiros a fazerem o que devem fazer, que é construírem estação de tratamento de esgoto nos seus empreendimentos. Os empreiteiros estão ricos, estão comprando helicópteros, mas uma central de tratamento de esgoto, que custa apenas R$ 70 mil, eles não constroem”, observou, indignado

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