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O plano B de Lula

Como já dissemosLula cogita abandonar a disputa eleitoral de 2022, caso continue caindo nas pesquisas. Segundo interlocutores do ex-presidente, seu plano B é lançar novamente Fernando Haddad, enquanto Geraldo Alckmin, em vez de vice, concorreria ao governo de São Paulo numa aliança com PSB e PT.

Esse plano vem ganhando força também por causa do crescimento de Sergio Moro nas pesquisas, pois o ex-presidiário sabe que, no debate com o ex-juiz da Lava Jato, não terá como refutar as inúmeras provas do petrolão.

O ex-ministro da Justiça tem deixado claro que está preparado para explicar ao público, de forma didática, como a anulação das condenações de Lula se deu após mudança de entendimento do STF, que também anulou a prisão em segunda instância — tudo fruto da pressão de setores do próprio Judiciário.

O ex-condenado livrou-se da cadeia e recuperou os direitos políticos, mas não foi declarado inocente.

Como lembrou ontem em artigo o delegado Jorge Pontes, ex-chefe da Interpol, a “Justiça criminal faz nítida distinção entre o inocente (innocent) e o (ainda) não-culpado (not guilty)”“Os processos na realidade foram anulados. Se agora não mais podemos chamar Lula de culpado, igualmente não podemos cravar que ele foi dado como inocente.”

Outro argumento irrefutável, para Moro, são os R$ 14 bilhões que a Lava Jato localizou em offshores no exterior, durante as investigações. Em debate na News, no domingo 21, Rui Falcão foi questionado sobre os R$ 4 bilhões já recuperados pela operação e outros R$ 10 bilhões que ainda aguardam repatriação.

O petista escapuliu sem responder, assim como o ex-presidiário tem “lamentado”, em seu tour pela Europa, não ter levado com ele “as provas” de sua inocência.

Ao propor a criação de um Tribunal Nacional Anticorrupção, Moro está dizendo que STJ e STF estão aparelhados politicamente e que a impunidade dos corruptos é a regra. Ele poderá mostrar que outros países obtiveram êxito ao investigar ramificações do petrolão. A Lava Jato peruana, por exemplo, alcançou três ex-presidentes — um deles se suicidou para não ser preso –, o que desmonta a tese de perseguição política a Lula.

Para os petistas, Haddad seria um “alvo menor” e acabaria por reduzir o impacto da munição que Moro tem contra o ex-presidiário.

Só falta combinar com os russos, ou melhor, com os eleitores. (O Antagonista)

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