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O perigo mora ao lado

Editorial do JP

Dois projetos eleitorais consolidados para 2014 – as candidaturas de Flávio Dino e Luís Fernando Silva – cada um a seu modo, correm riscos de sofrer alterações e ou altercações dentro das preferências eleitorais e oficiais e, mesmo, da incidentalidade dos acontecimentos. Mas quem poderia abalar a sisudez das pesquisas favoráveis ao candidato do PCdoB ou ameaçar a segurança do apoio governamental à candidatura de Luís Fernando.

Na oposição um nome surge e cresce desde a eleição municipal, o de Eliziane Gama, paquerada hoje por todas as situações e dissidências e praticamente ungida candidata ao governo pela imprensa, a despeito de sua vontade, disponibilidade ou não. Não bastasse isso, ela está sendo empurrada a todo esforço pela mídia ligada ao governo que sonha intempestivamente com uma divisão dos votos definidos pela oposição de forma a beneficiar a candidatura de Luís Fernando Silva. Sem contar que se firma Eliziane como alternativa de todas as possíveis dissidências nas coligações à direita e à esquerda do painel.

É um nome que, queiram ou não, tem forte repercussão nos ideais coligidos nas manifestações públicas do país; as mesmas manifestações que empurraram a popularidade de Dilma Rousseff ladeira abaixo e sacramentaram Marina Silva como perigo mais visível ao insaciável projeto de poder político do Partido dos Trabalhadores. Será o apoio de Marina Silva decisivo para a construção de qualquer candidatura à esquerda da coligação PMDB-PT. Sendo assim, a candidatura de Eliziane pode se tornar uma exigência dos fatores sazonais da política nacional e uma ameaça involuntária ao projeto de Flávio Dino.

Por seu lado, Luís Fernando Silva lida e não é de hoje com as tentações, que, vez por outra, desde a escolha entusiasmada de sua candidatura, corrompem sentimentalmente seus correligionários. A possibilidade de Roseana Sarney não deixar o governo fixa em algumas mentes políticas a ideia de que o próximo governador eleito, se sair do grupo, será o herdeiro definitivo do sarneisismo, o comandante sucessor em chefe de um modelo político que não deu certo para o povo.

Com Sarney fora de combate em virtude da idade e Roseana alijada do processo eleitoral, eles não deixam de ter razão. Acrescente-se a essa altercação eleitoral que Roseana pode ter seu mandato cassado. Nesse caso será preciso muito desprendimento, quase uma fidelidade canina, (ou tolice) para aquele sentado interinamente na cadeira principal do Palácio dos Leões, provavelmente o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo, não chutar o pau da barraca e construir sua própria candidatura a governador. E essa é a ameaça que tira o sono de Luís Fernando Silva.

Vê-se, assim, que em política algumas vezes os fatos se sobrepõem à estratégia e que, se descontarmos a preferência do eleitorado pelo candidato do PCdoB, demonstrada nas pesquisas e o apoio até então irremovível da governadora a Luís Fernando, nada mais é previsível na eleição que se avizinha.

No mundo cheio de suspeitas da política do Maranhão, o suspense se mantém, pois é impossível prevenir os acontecimentos. E nesse enredo a confiança é matéria dissolúvel. Ninguém confia em ninguém, mesmo porque ficou perigoso e pouco inteligente confiar e ser confiável.

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