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O método de publicar matérias psicografadas do jornal dos Sarney

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O jornal O Estado do Maranhão, de propriedade da família Sarney, operou um verdadeiro prodígio nesta semana. A reporcagem deve concorrer ao Prêmio Mãe Dina de Jornalismo.

Em matéria psicografada por algum gênio, o jornal atribuiu ao secretário de Segurança, Jefferson Portela declaração no qual ele iria baixar medida para desarmar policiais de folga no Maranhão. “Eu fui vitima de ataques nas redes sociais por uma medida que eu soube pela internet. Algum ‘telepata’ deve ter achado que leu a minha mente ou de alguém da cúpula da segurança. Garanto que não existe nenhuma discussão a esse respeito e eu nunca sequer citei isso. Não existe”, refutou o secretário.

Sem cumprir o be-a-bá do jornalismo – no caso, dizer, ao menos, quando e onde deu-se a conversa – e sem nominar uma única fonte ou disponibilizar uma gravação, o diário da família Sarney apenas atribuiu a fala do secretário a fontes que teriam escutado Portela vociferar que PMs não andariam mais armados quando estivessem de folga. Nenhuma prova foi apresentada. Os bravos policiais maranhenses continuam com o direto de andarem portando suas armas mesmo que não estejam de serviço para, seja a ocasião que for, defenderem a população e resguardarem suas próprias vidas.

Segundo apurou o blog, antes de publicarem a matéria, repórteres do EMA foram mantidos, durante cerca de duas horas, em uma sala penumbrosa na sede do pasquim, no outro lado da ponte, sentados diante de uma mesa branca, sobre a qual havia um copo d’água. De acordo com um estagiário, do lado de fora da saleta era possível ouvir os jornalistas invocando nomes como Chico Xavier e Alan Kardek. Encerrada a sessão telepática de recebimento de factóides, um dos repórteres queixou-se a interlocutores que não aguentava mais o cheiro de vela-de-sete-dias no ambiente.

O mais surpreendente foi a patetice dos dois deputados miss inteligência, Edilázio Júnior(PV) e Sousa Neto(PTN) em repercutirem tal patacoada na Assembleia Legislativa.  A dupla de garotos prodígios (com a deputada Andrea Murad e Adriano Sarney completa-se a quadrilha de meninos de recados da oligarquia) se esbaldou com as palermices do grupo de Al Capones da notícia que existe por aí.

E o conglomerado do besteirol diário e da PI (Picaretagem da Informação) não vai parar de aprontar das suas, continuará com a sanha despudorada de desqualificar, distorcer, descontextualizar, manipular e mentir. Para isso, vale até a adoção de um novo ramo de jornalismo, a editoria de mediunidade.

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